terça-feira, 20 de janeiro de 2015

FMI reduz projeção de crescimento do Brasil para 0,3% em 2015


O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu de 1,4% para 0,3% a expectativa de crescimento para o Brasil em 2015, segundo o World Economic Outlook (WEO), divulgado nesta terça-feira. A decisão tem como pano de fundo a possibilidade de uma fuga de capitais e do impacto pela desaceleração na China. Trata-se da quarta revisão negativa para o país publicada no relatório. Em outubro do ano passado, a estimativa havia sido reduzida de 2% para 1,4%. Em abril, a projeção era de alta de 2,7%, e em janeiro, de 2,8%. O Fundo também reduziu sua expectativa de crescimento para toda a América Latina, que no conjunto deve crescer 1,3% em 2015 e 2,3% em 2016. Em outubro, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) regional era de 2,2% para 2015 e 2,8% em 2016. De acordo com o FMI, as economias emergentes sofrerão o impacto de três fatores simultâneos: a desaceleração na China, as perspectivas desalentadoras para a Rússia e as revisões para baixo do crescimento nas exportações de matérias-primas. Em relação à China, cujo crescimento está diretamente ligado ao avanço no Brasil, o Fundo prevê um PIB de apenas 6,8% em 2015, o mais baixo registrado no país nos últimos 25 anos. Em outubro passado, o FMI havia antecipado um crescimento de 7,1% para 2015, o menor nível desde 1990 na China, mas que se mantinha acima dos 7%. Para 2016, o FMI prevê um PIB ainda mais moderado para os padrões chineses, de 6,3%. O FMI também revisou para baixo suas previsões de crescimento global, apesar do impulso proporcionado pela queda dos preços do petróleo nos países importadores. Segundo o órgão, o PIB mundial deve avançar 3,5% este ano e 3,7% em 2016, com uma redução de 0,3 ponto em relação aos percentuais anunciados em outubro passado para os dois anos. "A queda dos preços do petróleo - produzida em grande parte pelo aumento da oferta - estimulará o crescimento mundial, mas este estímulo se verá amplamente superado por fatores negativos", afirma o relatório. Entre os desafios, o órgão cita a valorização do dólar frente à queda de moedas importantes, como euro e iene; a elevação das taxas de juros em emergentes e o aumento do risco em títulos e produtos atrelados aos preços de energia. Os Estados Unidos foram a única economia em que as estimativas subiram ante outubro, com alta de 0,5 ponto percentual, para 3,6%.

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