domingo, 18 de janeiro de 2015

Força-tarefa do MPF volta à Suiça atrás do dinheiro roubado da Petrobras.


Ao que tudo indica, está sendo aberta uma etapa apenas para a Odebrecht, que até agora não foi alcançada pela Operação Lava Jato. Pelo porte da empresa e pelas suas relações promíscuas com os governos petistas, é bem possível. Uma delegação brasileira composta por procuradores desembarca amanhã na Suíça para buscar novos documentos relacionados ao escândalo de corrupção da Petrobras. Fontes ligadas ao processo que corre no país europeu confirmam que os investigadores brasileiros da Operação Lava Jato poderão dar um passo “fundamental” a fim de traçar a forma pela qual teria ocorrido a participação da Odebrecht, maior empreiteira do País, no esquema. O Ministério Público da Suíça deve apresentar às autoridades brasileiras novos documentos e extratos bancários que poderão revelar o caminho do dinheiro que circulou em uma série de contas suspeitas. Investigadores brasileiros já estiveram na Suíça atrás de provas. A primeira viagem, em novembro de 2014, teve como foco movimentações financeiras envolvendo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. A suspeita é de que Costa tenha recebido suborno da Odebrecht no valor de US$ 23 milhões em contas na Suíça. A investigação aponta vários intermediários nessas operações financeiras. Por isso, o principal objetivo da força-tarefa brasileira é rastrear o caminho percorrido pela verba até as contas do ex-diretor. No início de 2014, os suíços iniciaram sua própria investigação e identificaram como as contas encontradas tinham relação direta com obras de refinarias da Petrobrás. Cinco contas em nome de Costa foram encontradas. Os recursos, bloqueados, voltarão ao Brasil para uma conta que será administrada de forma conjunta pelo Ministério Público e pelo Supremo Tribunal Federal. Paulo Roberto Costa fechou acordo de delação premiada e está em prisão domiciliar no Rio. Além de apontar contratos superfaturados, ele já citou dezenas de políticos como beneficiários do esquema. Onze executivos e ex-executivos de empreiteiras estão presos preventivamente em Curitiba. A Odebrecht, maior empreiteira do Brasil, não teve nenhum de seus integrantes presos ou denunciados à Justiça até agora. Fontes próximas à investigação indicam que os extratos que devem ser apresentados às autoridades brasileiras trazem indícios que ligariam o dinheiro das contas de Paulo Roberto Costa à Odebrecht. A suspeita é de que as transferências passaram por uma rede de consultores e operadores. Os suíços obtiveram a documentação após a Justiça do país europeu exigir que bancos locais quebrassem o sigilo bancário de Paulo Roberto Costa. A Odebrecht nega ter pago propina. “Todos (os contratos com a Petrobrás foram) conquistados de acordo com a lei de licitações públicas. A empresa reitera que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento”, afirmou em nota oficial. (Estadão)

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