quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Giorgio Napolitano renuncia ao cargo de presidente da Itália


O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, assinou nesta quarta-feira sua renúncia ao cargo, como havia antecipado em 31 de dezembro, quando justificou a decisão por “limitações e dificuldades causadas pela idade” – ele tem 89 anos. Ontem, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou durante seu discurso no Parlamento Europeu, no encerramento da presidência rotativa do país da União Européia (UE), que Napolitano deixaria o cargo “nas próximas horas”. O agora ex-presidente precisou escrever três cartas para tornar sua renúncia oficial: uma ao primeiro-ministro, Matteo Renzi, outra ao presidente do Senado, Piero Grasso, e uma terceira para a presidente da Câmara dos Deputados, Laura Boldrini. Após uma vida dedicada à política, Napolitano se aposenta para poder ficar com sua família, como explicou recentemente, e porque estava com “vontade de voltar para casa”. Neste momento, Grasso assumirá as funções da presidência da República até que seja eleito um sucessor, cujo nome será submetido a uma primeira votação que deverá ser realizada, segundo a Constituição italiana, nos próximos quinze dias. Ainda não há candidatos definidos, como afirmou no começo da manhã Deborah Serracchiani, vice-secretária do Partido Democrático, liderado por Renzi. O objetivo do governo, segundo a dirigente, é “conseguir um acordo na quarta ou quinta votação”. Para o presidente ser eleito, ele precisa ter mais de dois terços dos votos no Parlamento. Na democracia italiana, o primeiro-ministro é o chefe de governo e o presidente é o chefe de Estado. A escolha do nome do primeiro-ministro para liderar o governo é atribuição do presidente, assim como algumas funções diplomáticas. A eleição para escolher o presidente é indireta, feita pelos membros do Parlamento, e o mandato dura sete anos. O chefe de Estado italiano é uma figura em grande parte cerimonial, mas tem uma série de funções políticas vitais, como Napolitano demonstrou em 2011, quando colocou Mario Monti à frente de um governo de tecnocratas para substituir Silvio Berlusconi, envolvido em escândalos. Napolitano passará para a história por ter se tornado o primeiro presidente reeleito do país, ao substituir Carlo Azeglio Ciampi em 10 de maio de 2006. O político foi eleito novamente em 20 de abril de 2013 após um conturbado acordo, depois que os partidos não conseguiram definir um novo presidente.

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