quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Governador Geraldo Alckmin admite pela primeira vez a iminência do racionamento de água em São Paulo


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu nesta quarta-feira pela primeira vez desde o início da crise hídrica que o Estado passa por um racionamento de água. Questionado sobre a necessidade de decretar oficialmente o racionamento por decreto, afirmou que não vê por que fazê-lo: “Isso já está mais do que explicitado". "O racionamento já existe. Quando a ANA (Agência Nacional de Água) diz que você tem que reduzir de 33 para 17 metros cúbicos por segundo a vazão no Sistema Cantareira, é obvio que você já está em restrição", afirmou o governador, em coletiva após a troca de comando da Polícia Militar na Academia Barro Branco, na Zona Norte de São Paulo. As declarações ocorrem no dia seguinte à decisão da Justiça de vetar a cobrança de taxa para os que elevarem o consumo de água. Em sua decisão, a juíza Simone Viegas de Moraes Leme, da 8ª Vara da Fazenda Pública reconhece a procedência do argumento de que a Lei Federal 11.445, de 2007, determina que a adoção de sobretaxas para restringir o consumo de água deve ser precedida da declaração oficial de racionamento pela autoridade gestora de recursos hídricos. Embora tenha admitido o racionamento, Alckmin preferiu adotar um tom diferente na sequência, utilizando o termo "restrição hídrica". "Não tem racionamento no sentido de fechar o sistema e abrir amanhã. Isso não tem e nem deve ter. Agora, restrição hídrica, é claro que tem", afirmou o governador. Desde o agravamento da crise, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem reduzido a pressão da água por determinados períodos na Grande São Paulo. Segundo documento divulgado pela Sabesp por determinação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp), toda a Região Metropolitana é atingida pela redução da pressão – responsável por 54% de toda a economia de água obtida pelo órgão. A lista de bairros afetados inclui todos os da capital paulista. Alckmin afirmou que vai recorrer da decisão ainda hoje, por entender que ela está dentro da legalidade e é necessária por causa da crise de estiagem.

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