quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Governo da petista Dilma importa energia da Argentina, 100 mw via estação conversora de Garabi, enquanto mantém parada usina térmica de 600 mw em Uruguaiana

Um dia depois do apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal – e no mesmo dia em que o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse que o blecaute não ocorreu por falta de energia, mas por uma sequência de desligamentos –, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) importou uma carga adicional de energia da Argentina para atender a demanda no horário de pico. Ou seja, comprou energia para não haver falta no horário de pico de consumo e para não correr risco de outro apagão, pelo segundo dia consecutivo. Segundo o relatório IPDO (Informativo Preliminar Diário da Operação) do ONS, referente a última terça-feira (20), o País importou uma média de 165 MW ao longo do dia. Essa transferência no horário de pico, registrado às 14h48, atingiu 998 MW. A Aneel considera que 1 MW abastece 500 residências durante um mês inteiro. Na explicação que acompanha o boletim, o ONS dizia que o pedido foi feito para reforçar o abastecimento das 10h23 às 12 horas e das 13 às 17h02m. A carga foi destinada especificamente ao sistema Sudeste/Centro-Oeste. Desde 2010 que não se realizava esse tipo de operação entre os países. A energia da Argentina entrou no Brasil por meio de uma interligação na estação de Garabi (Garabi I e Garabi II), na cidade de Garruchos (RS). Isso é de uma estupidez gigantesca e de uma falta de planejamento e previdência criminosos, porque o (des)governo da petista Dilma Rousseff mantém apagada, desligada, a usina térmica a gás da AES Sul, em Uruguaiana, capaz de gerar 600 mw. O gás para essa usina é fornecido por gasoduto argentino, que interliga Bahia Blanca e Uruguaiana. No mesmo dia, a região Sudeste/Centro-Oeste, considerada uma só pelo ONS, recebeu energia de todas as demais regiões do Brasil. Uma das características do SIN (Sistema Interligado Internacional) é que uma região que tem excedente de geração de energia envia carga para regiões com déficit. Em nota, o ONS informou que assinou em 1º de janeiro de 2006 um acordo cooperativo com a Compania Administradora del Mercado Mayorista Eletrico da Argentina, que permite importações de energia em situações especiais. O comunicado ressalta que o acerto é feito diretamente entre os operadores e que o intercâmbio de energia nos dois sentidos vem sendo adotado em diversos momentos ao longo da vigência do acordo. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a importação de energia da Argentina segue na linha do governo de buscar alternativas para atender a demanda dos consumidores, principalmente no horário de pico – que vem ocorrendo no início da tarde, em virtude do forte calor. Como os reservatórios das usinas no Sudeste/Centro-Oeste estão baixos, com 17,63% de seu nível, tem havido a necessidade de se importar energia de outras regiões. Na última dia terça-feira (20), a geração do Sudeste/Centro-Oeste no horário de pico foi de 36.782 MW para uma demanda de 50.976 MW. O descasamento entre oferta e demanda foi, portanto, de 14.194 MW. Essa demanda não atendida foi coberta pela geração de usinas de outras partes do País. Itaipu, por exemplo, enviou à região 11.495 MW; o Norte e o Nordeste, mandaram 1.527 MW; o Sul, 1.172 MW; e a Argentina, por fim, contribuiu com 998 MW. A soma desses valores é sempre um pouco maior que a demanda, pois considera possíveis perdas no sistema. O baixo nível dos reservatórios faz com que as hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste, considerada a caixa d'água do sistema, gerem menos energia que sua capacidade. O nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste estavam na última terça-feira mais baixos que em janeiro de 2001, ano em que o governo, comandado à época por Fernando Henrique Cardoso, teve que colocar um plano de racionamento de energia em prática. Em janeiro de 2001, os reservatórios do Sudeste/Centro-oeste estavam 31,41% cheios. Na última terça-feira, os mesmos reservatórios estavam em 17,63%. Em dezembro de 2001, os reservatórios estavam em 32,27%. Em dezembro passado, os mesmos reservatórios estavam em 19,30%. Além de reservatórios mais baixos, a situação atual com o passado tem outra diferença sensível. Na época, o País não tinha uma quantidade suficiente de usinas térmicas para geração de emergência em período de seca nas hidrelétricas. A forte estiagem que se desenvolveu em uma das mais graves crises hídricas da história fez com que, desde o início de 2014, quase todas as usinas térmicas entrassem em operação.

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