sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Governo de São Paulo pede ajuda a empresas para solucionar crise da água

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu convocar empresas especializadas em recursos hídricos para apresentar propostas de curtíssimo prazo para a maior crise de abastecimento já vivida pela Grande São Paulo. Em reunião esperada para a próxima semana, a administração paulista espera que a iniciativa privada ofereça serviços e tecnologia que aumentem já neste ano a capacidade da Sabesp para tratamento de água dos reservatórios, entre eles o da Billings. A Billings é a maior reserva de água na Grande São Paulo, mas seu aproveitamento para consumo humano esbarra tanto na qualidade da água, que requer alto custo para despoluição, como na engenharia complexa para distribuí-la pela região metropolitana. Na convocação para essa reunião, segundo a Folha apurou, empresários têm ouvido o seguinte recado: não faltará dinheiro para projetos com soluções imediatas, como de tratamento de água e de ligações entre represas. A Sabesp também já havia pedido às empresas com quem tem contrato de consultoria que apressassem a entrega de projetos de medidas emergenciais contra a crise. Essa busca da iniciativa privada pelo governador, que tem dito a aliados que São Paulo enfrenta uma espécie de "guerra" em busca de soluções diante da atual crise, reforça o pedido do presidente da Sabesp, Jerson Kelman, feito à sua equipe técnica. Segundo o executivo, sua primeira medida no cargo foi reunir diretores da empresa para encontrar soluções criativas para o "deserto de 2015". A expectativa do governo é implantar o mais rápido possível os projetos que surjam desse encontro com empresários. O objetivo é que eles ao menos aliviem a baixa disponibilidade de água prevista para São Paulo em 2015. Por causa da situação do Cantareira, sistema que abastece 6,2 milhões de pessoas e que está perto de um colapso, o governo projeta um rodízio no seguinte modelo: cinco dias sem água e apenas dois com. Na quinta-feira (29/1), o maior reservatório de água potável de São Paulo tinha 5,1% de sua capacidade, já contando duas cotas de volume morto, que é a porção de água abaixo das tubulações de captação. Se continuar o ritmo de queda deste mês, a capacidade atual da represa chegaria a zero em meados de abril. Sem previsão neste momento, chuvas dentro da média histórica, aceleração de obras e ampliação do uso da água da Billings poderiam ao menos adiar o racionamento. Grandes obras previstas pelo governo deverão ficar prontas apenas ao final deste ano, o que não deve contemplar o período seco no Estado. Entre outras iniciativas em curto prazo estudadas pelo governo, há a instalação de calhas e de poços artesianos em moradias populares construídas pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). A medida tem como objetivo incentivar o reúso de água da chuva em locais de grande demanda doméstica.

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