sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Governo do Rio de Janeiro já tem plano de racionamento de água


Um dia após o anúncio de que o nível do maior dos quatro reservatórios que abastecem o Rio de Janeiro zerou, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, afirmou que a crise hídrica por que passa o Sudeste brasileiro é a pior em 84 anos – e que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) tem um plano de racionamento caso a situação a longo prazo permaneça crítica. Em entrevista ao telejornal Bom Dia Rio, da Rede Globo, Corrêa afirmou que a Cedae dispõe de um plano com todas as medidas de contingência a serem adotadas em caso de agravamento da crise. "Não descartamos nenhuma possibilidade, em longo prazo, de fazer medidas de contenção, de racionamento", disse. "Absolutamente não está descartado o racionamento", frisou. Ele pediu a colaboração de população do Estado diante da situação dos reservatórios. "A perspectiva é de chuva para os próximos 10 dias, mas o ano será crítico", admitiu. "A chuva que virá não nos tranquiliza. Ou se toma consciência coletiva, ou nenhuma medida está descartada", salientou. No curto prazo, o secretário afirma que o risco maior é para empresas situadas na bacia do Rio Guandu. "Nós podemos ter de dizer a elas que é preciso parar de operar", disse. Isso porque a prioridade do governo é o abastecimento humano. Na quarta-feira, o nível do reservatório de Paraibuna chegou a zero, segundo boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e atingiu, portanto, o chamado volume morto. O Paraibuna é apontado como a "caixa d'água" da bacia do rio Paraíba do Sul, que passa por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e é usado tanto para geração de eletricidade quanto para abastecimento de água. Outros reservatórios estão se esvaziando. O de Santa Branca, pertencente à Light, por exemplo, apresenta nível de 0,65%, com entrada de 27 metros cúbicos de água por segundo e saída de 40 metros cúbicos por segundo; o de Funil (Furnas) tem nível de 4,15%, com 65 metros cúbicos por segundo de entrada e 137 metros cúbicos por segundo de saída; já no reservatório de Jaguari (Cesp), o nível alcança 2%, com cinco metros cúbicos de água por segundo entrando e 11 metros cúbicos por segundo saindo.

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