quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Ministério Público denuncia quatro médicos por morte de paciente no Rio de Janeiro, em uma denúncia bem chinfrinzinha

Quatro médicos foram denunciados na terça-feira (6) pelo Ministério Público do Rio sob acusação de homicídio culposo contra a farmacêutica Ana Carolina Cassino, 23. Ela morreu em agosto de 2014 após esperar por 28 horas uma cirurgia de apendicite no hospital da Unimed, no Rio de Janeiro. Homicídio culposo é uma brincadeirinha..... ninguém vai preso por conta disso. O Ministério Público denunciou o cirurgião José Luis de Souza Varela, os médicos Maurício Assed Estefan Gomes, Marcus Vinícius Botelho do Couto e o diretor-médico da unidade, Luiz Antônio de Almeida Campos. Indiciada pela polícia, a médica Renata Danowski, diretora da unidade de pronto atendimento do hospital, não foi acusada pela Promotoria. Após a morte de sua mulher, Leandro Farias, de 25 anos, criou o movimento "Chega de Descaso", que recebe denúncias pelo País. Ele afirmou que não ficou satisfeito com a denúncia e responsabiliza, além de Danowski, outros dois médicos que atenderam Cassino. "Não estou satisfeito. Eles foram denunciados por homicídio culposo. Ninguém vai preso por isso. O recado dado à classe médica foi: 'Matem à vontade porque ninguém vai prender vocês'. Ela tinha que ser operada em até seis horas, segundo os protocolos médicos. Demrou 28 horas. Houve dolo eventual", disse Leandro Farias. De acordo com a Promotoria, Varela não estava no hospital quando Ana Carolina Cassino foi internada, dia 15 de agosto, apesar de estar de plantão naquele dia. Segundo a denúncia, o cirurgião marcou para o dia seguinte a intervenção após ouvir o diagnóstico por telefone, sem que ninguém de sua equipe médica tivesse feito uma avaliação presencial. Ana Carolina Cassino deu entrada no hospital da Unimed às 13h48 do dia 15 de agosto e foi diagnosticada com apendicite aguda. Laudo produzido às 17h30 atestava a necessidade de internação e avaliação cirúrgica. Varela marcou o procedimento para as 15h do dia seguinte. Enquanto aguardava a cirurgia, a paciente apresentou quadro de hipotensão e choque séptico refratário e teve de ser transferida para a Unidade de Suporte Hospitalar. "Somente às 17h27 foi encaminhada ao centro cirúrgico para a realização do procedimento, 24 horas após ter sido diagnosticada com quadro de apendicite aguda e quase 28 horas após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento da Unimed, consignando-se que, às 16h39, o denunciado José Luis De Souza Varela encontrava-se ainda "a caminho do hospital", diz a ação. Após a cirurgia, Ana Carolina Cassino foi transferida para a UTI cirúrgica, onde deveria permanecer entubada. Apesar disso, às 22 horas, Gomes e Couto, sem anuência de Varela, "realizaram a extubação da vítima, que teve parada cardiorrespiratória e morreu no dia 17", segundo o Ministério Público. A Promotoria também denunciou Campos por considerar que o diretor-médico da unidade foi negligente ao não disponibilizar cirurgião para diagnóstico de pacientes.

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