sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ministro Eliseu Padilha insiste com proposta de concessão do Salgado Filho, de Porto Alegre, para empreiteira que construa novo Aeroporto 20 de Setembro, e nada é por acaso


As principais lideranças do PMDB no Rio Grande do Sul estiveram com o governador José Ivo Sartori e alguns dos seus auxiliares diretos na reunião que pediu o ministro da Aviação, o deputado federal gaúcho Eliseu Padilha. O ministro quis expor as metas do governo federal para a área, cujo foco, a mando da presidente petista Dilma Rousseff, será a integração nacional via aeroportos e aviação. No Rio Grande do Sul, a prioridade é a questão do aeroporto metropolitano. Eliseu Padilha trabalha com a hipótese de conceder o Salgado Filho para os empreiteiros que aceitem também construir o Aeroporto Internacional 20 de Setembro, enquanto ampliam pista e terminais de Porto Alegre. O ministério da Aviação possui verbas orçadas, disponíveis, para este ano, de R$ 4 bilhões. O governo federal petista também trabalha com a hipótese de que o Ministério da Aeronáutica se interesse pelo Aeroporto 20 de setembro, levando para lá a base aérea de Canoas, liberando-a para desafogar o Salgado Filho de alguns dos seus vôos. Ninguém diz explicitamente, mas o plano real é o seguinte: o empreiteiro que ganhar a concessão para construir o novo aeroporto em Portão ficaria também com o Salgado Filho, com a obrigação de aumentar a extensão de sua pista; isto somente será possível com a remoção de no mínimo dois milhões de toneladas de lixo que estão no aterro de lixo da zona norte, localizado na cabeceira da pista do aeroporto; esse aterro tem um estoque de 15 milhões de toneladas de lixo; a remoção do lixo é indispensável para a consolidação do solo (o terreno com lixo é fofo e produz gás); já não saíram a ampliação da pista e a construção do restante da avenida Severo Dullius por causa da inevitável necessidade de remoção do lixo estocado na área; o lixão-aterro da zona norte já foi condenado pela Justiça Estadual e precisa ter uma solução; a prefeitura de Porto Alegre já deu os primeiros passos, emitindo decreto que declarou a área do aterro como de interesse público para desapropriação e com a realização do primeiro passo para a realização de uma PPP que instalaria usina de queima de lixo e geração de energia elétrica no local (essa usina queimaria as 1.300 toneladas diárias produzidas em Porto Alegre e também o lixo estocado no aterro da zona norte, em torno de 15 milhões de toneladas; estima-se que a cada três toneladas queimadas é possível geral um megawatt de energia elétrica); a limpeza da área, o que é uma obrigação imposta pela Justiça à prefeitura, e a remoção da base aérea de Canoas, ou para o atual aeroporto Salgado Filho, ou para o ano aeroporto 20 de Setembro, permitiria liberar uma gigantesca área, que vai da Avenida Sertório, até Canoas, gerando a construção praticamente de uma cidade nova na região, atraindo investimentos de muitos bilhões de dólares. Nada é de graça nos planos das autoridades públicas. É isso que está por trás do plano que o agora ministro Eliseu Padilha está colocando em ação a toda pressa com a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Rio Grande do Sul. Negócios são a alma da política.

Um comentário:

Cristiano disse...

De fato a região precisa de um novo aeroporto. A área de Salgado Filho está toda mal planejada. Sufocaram o aeroporto e não há espaço para expandir a pista para 3.000 metros. Nessa área vista dá para fazer duas pistas de 3.000 metros ou quase esse comprimento. Para operações com aeronaves cargueiras de grande Porte, o Salgado Filho está longe do ideal. Mas no Brasil há uma mania de sufocar córregos, rios e aeroportos. Incrível isso!