terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Ministro petista trotskista Pepe Vargas nega clima de "toma-lá-dá-cá" na eleição da Câmara, mas essa é a especialidade história do petismo


O ministro das Relações Institucionais, o trotskista gaúcho Pepe Vargas (PT), negou nesta terça-feira que o governo atue para influenciar a eleição para a presidência da Câmara e afirmou que a formação do segundo escalão não está sendo feita com base nesse critério. Reportagem desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo traz relatos de parlamentares que alegam ter sido procurados pelo governo, que acenou com cargos em troca de apoio a Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa pelo comando da Casa. Segundo o trotskista gaúcho Pepe Vargas, responsável pelas negociações com o Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff decidiu jogar as nomeações para as diretorias de empresas estatais e de órgãos federais para depois da eleição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado justamente para deixar claro que o Palácio do Planalto não quer usar as funções para ajudar um dos candidatos. "Não formamos nosso governo com base no toma lá da cá. O governo vai ser montado por pessoas indicadas por partidos e por pessoas não indicadas. Desconheço governo que não seja formado assim", afirmou o trotskista Pepe Vargas. Marcada para 1º de fevereiro, a eleição para a presidência da Câmara coloca em campos opostos os dois principais partidos da base de sustentação da presidente Dilma, o PT e o PMDB. Os petistas lançaram a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia enquanto a bancada peemedebista trabalha para eleger seu líder, Eduardo Cunha (RJ), considerado favorito, mas tratado pelo Planalto como "adversário" por ter imposto derrotas ao governo, ano passado. Na última semana, incomodada com a atuação de ministros para fortalecer a candidatura de Chinaglia, a Executiva Nacional do PMDB se reuniu e divulgou uma nota de apoio aos nomes do partido para disputar o comando da Câmara e do Senado. Embora o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) deva ser reeleito com tranquilidade no dia 1º, ele planeja se colocar oficialmente o mais tarde possível para não virar "vidraça". Hoje, Vargas minimizou o gesto, ao ser questionado se o objetivo da legenda era "emparedar" o governo. "Encaramos com naturalidade. O PMDB disse o óbvio, que apoiará os candidatos do PMDB", afirmou. Ele também disse que o governo vê "com naturalidade" os impactos da operação Lava Jato – que investiga um esquema de desvios na Petrobras para o pagamento de propinas a políticos – no Legislativo. "Se houver congressista envolvido é provável que seja oferecida denúncia", pontuou: "Vamos aguardar o que a Procuradoria-Geral da República vai encaminhar". O trotskista Pepe Vargas defendeu que o Brasil possui instituições independentes e que pela primeira vez estão sendo punidos "corruptos e corruptores", mas voltou afirmar hoje ser contrário à criação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para apurar irregularidades na estatal. "A CPI neste momento é um instrumento de oposição. Uma CPI neste momento não tem razão de ser", disse, sob o argumento de que o Judiciário e órgãos como a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público e a Polícia Federal estão investigando a empresa com mais eficiência. Isso é uma gigantesca boçalidade dita pelo trotskista gaucho. É óbvio que a CPI é um instrumento de oposição, sempre foi, surgiu como um instrumento para a ação das minorias. Ele deve ser perdoado porque parece não conhecer história. Ao comentar declarações recentes de Eduardo Cunha, que defende publicamente a reabertura de uma CPI na próxima legislatura, o ministro da SRI disse que o gesto "não contribui com uma boa relação".
Sobre a montagem do segundo escalão, Pepe Vargas declarou ainda que a presidente Dilma não deve adotar a chamada "porteira fechada", jargão segundo o qual o partido político que comanda um determinado ministério também ganha aval para nomear as diretorias de órgãos vinculados. "(A porteira fechada) não tem uma racionalidade técnica, de gestão e sequer política. Achamos melhor que seja avaliado caso a caso e não haja a chamada porteira fechada", disse Vargas. Apesar disso, ele alegou que o governo acha "compreensível" que o partido que recebeu o ministério "tenha uma certa preponderância" nas nomeações.

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