quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Nestor Cerveró é preso pela Polícia Federal no aeroporto do Rio de Janeiro ao chegar da Inglaterra



A Polícia Federal prendeu, pouco depois da 0h30 desta quarta-feira (14), o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Ele foi detido ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, acusado de envolvimento na Operação Lava Jato. Nestor é acusado de participação em crimes como corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de capital entre 2006 e 2012, conforme a denúncia aceita em 17 de dezembro pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância. Foi a última denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal na sétima fase da operação. Além de Cerveró, passaram a ser réus no processo: Fernando Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na estatal; e Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal. Além deles, a Justiça também aceitou a denúncia contra o doleiro Alberto Youssef, que já virou réu em outras ações. De acordo com o Ministério Público Federal, Fernando Baiano e Nestor Cerveró são suspeitos de receber US$ 40 milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México. Fernando Baiano era representante de Nestor Cerveró no esquema, ainda segundo a denúncia. Ao despachar pela aceitação da denúncia, Moro marcou para fevereiro de 2015 a primeira audiência. Na avaliação do juiz, o Ministério Público Federal reuniu um número significativo de documentos que amparam as afirmações nas denúncias, especialmente o envolvimento direto de Nestor Cerveró nas contratações dos navios-sonda e as dezenas de transações financeiras relatadas pelo criminoso colaborador e que representariam atos de pagamento de propinas e de lavagem de dinheiro. Entre os documentos, há extratos que demonstram as transações que teriam sido efetuadas para contas beneficiárias indicadas por Fernando Soares. "Foram também juntados documentos relativos aos pagamentos efetuados pelas empresas de Júlio Camargo no Brasil", afirmou Moro. Nestor Cerveró e Fernando Baiano respodem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além destes crimes, Júlio Camargo responderá por evasão fraudulenta de divisas e fraudes em contratos de câmbio. Nesta ação, Youssef responde apenas por lavagem de dinheiro. No dia em que o juiz aceitou a denúncia, o advogado Edson Ribeiro, que defende Nestor Cerveró, voltou a afirmar que o cliente não tem envolvimento algum com Fernando Baiano, nem com o esquema investigado pela Lava Jato. Ribeiro ainda disse que vai recorrer aos tribunais superiores, pois entende que, como a sede da Petrobras fica no Rio de Janeiro, o processo deveria estar sob jurisdição da Justiça Federal no Rio de Janeiro. Alberto Youssef e Fernando Baiano estão presos na carceragem da Polícia Federal (PF) na capital paranaense. Youssef foi preso no mês de março, quando a primeira fase da operação foi deflagrada. Já Fernando Baiano foi preso em novembro, durante a sétima fase da Lava Jato. Além deles, 11 executivos de empreiteiras continuam presos na carceragem da Polícia Federal. Todas as denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal contra 39 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato foram aceitas pelo juiz. Segundo o Ministério Público Federal, 23 dos denunciados são ligados às empreiteiras Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC. O Ministério Público Federal dividiu os 39 denunciados em seis diferentes ações. Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e Waldomiro de Oliveira são citados nas cinco denúncias. Elas foram divididas de acordo com a participação de cada empreiteira no esquema, segundo o Ministério Público Federal. Enquanto Youssef e Oliveira foram apontados como operadores do dinheiro pago pelas empreiteiras, Paulo Roberto Costa era diretor de Abastecimento da Petrobras – núcleo que foi alvo da primeira leva de denúncias. Paulo Roberto Costa e Waldomiro de Oliveira viraram réus em cinco processos. Já Alberto Youssef é réu em todos os seis processos originados nesta sétima fase.

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