segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

OAS e Mendes Junior admitem ter feito contratos de R$ 8,6 milhões com empresas de fachada


As empreiteiras OAS e Mendes Junior, cujas diretorias estão presas por envolvimento com o esquema do Petrolão, admitiram oficialmente à Petrobras que contrataram empresas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef. A OAS admitiu ter fechado contrato de 619.410 reais com a empresa de fachada MO Consultoria, em 2011, e tentou alegar que tratavam de auditorias fiscal e trabalhista em obras do Estado de São Paulo. A Mendes Junior, por sua vez, voltou a reconhecer que entre 2011 e 2012 celebrou contratos com a GFD Investimentos e com a Empreiteira Rigidez no valor de 8,028 milhões de reais. A Mendes Júnior já tinha admitido à Polícia Federal que fez tais contratações. Mas, em depoimento, o vice-presidente Sérgio Mendes alegou que fez os pagamentos porque foi vítima de extorsão. Parte dos executivos presos na Operação Lava Jato alega que foi vítima de achaques da quadrilha de Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. MO Consultoria, GFD Investimentos e Empreiteira Rigidez eram empresas utilizadas por Youssef para dar aparência legítima à movimentação de propina a políticos e diretores da petroleira, de acordo com investigadores da Operação Lava Jato. Os dados sobre os contratos da OAS e da Mendes Junior com empresas de fachada de Yousseff são parciais. Em outubro, a Polícia Federal havia intimado todas as empreiteiras citadas no esquema de corrupção da Petrobras para que detalhassem se fizeram pagamentos ao doleiro e ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O objetivo era dar chance de "colaboração espontânea" para as empresas responsáveis por abastecer o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro descoberto na operação Lava Jato, que movimentou mais de 10 bilhões de reais. Apesar de apenas 8,6 milhões de reais terem sido confirmados até agora, a Polícia Federal contabiliza, com base em extratos bancários apreendidos durante a Lava Jato, que pelo menos 21 milhões de reais passaram por quatro empresas comandas por Alberto Youssef. Durante os trabalhos da CPI mista da Petrobras, em novembro do ano passado, as empreiteiras Engevix, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão também haviam admitido pagamentos a empresas de fachada do doleiro e contratos com a consultoria Costa Global, controlada pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Na ocasião, as três informaram que os contratos chegavam a 15,3 milhões de reais. Em ofício à Petrobras, a Mendes Junior admitiu contrato com a GFD Investimentos em julho de 2011 no valor de 1,2 milhão de reais. Depois, em setembro do mesmo ano, disse ter celebrado aditivo de 1,02 milhão de reais ao mesmo contrato. Em agosto de 2011, dois novos contratos com a GFD no valor de 1 milhão de reais e 2,7 milhões de reais. Por fim, a empreiteira confirmou ainda contrato com a Empreiteira Rigidez em maio de 2012 no valor de 2,108 milhões de reais. De acordo com as investigações, Paulo Roberto Costa e Youssef eram pivôs de um esquema de desvio de recursos da estatal para enriquecimento próprio e para abastecer o bolso de políticos e partidos da base aliada. Isso era feito com a assinatura de contratos fictícios, simulando a prestação de serviços entre empresas de fachada e as empreiteiras envolvidas, sempre com a finalidade de dar aparência legítima ao dinheiro desviado.

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