sábado, 3 de janeiro de 2015

OAS vai reduzir despesas e pode vender ativos para pagar dívidas

Um dia após falhar com o compromisso de pagar juros de títulos de dívida, a empreiteira OAS informou neste sábado que vai adotar um plano expressivo de redução de despesas e pode vender ativos para reequilibrar sua posição financeira. "Em função das dificuldades de acesso a mercado de crédito, está em discussões com alguns de seus principais credores de forma a possibilitar uma reestruturação financeira organizada", informou a companhia em nota. Na sexta-feira, a agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito da OAS e suas subsidiárias para "C", de "B+", após a empresa deixar de pagar juros de uma emissão de dívida de US$ 400 milhões com vencimento em 2021. O valor a ser pago era de US$ 16 milhões. Os ratings da OAS estavam em observação negativa desde 19 de novembro, refletindo temores da Fitch com o impacto da operação Lava Jato da Polícia Federal que investiga denúncia de corrupção envolvendo a Petrobras e várias empreiteiras do País. A OAS Investimentos detém fatia de cerca de 24% na Invepar, companhia que integra o consórcio que administra a concessão do aeroporto de Guarulhos. O grupo ainda participa das concessões da Linha Amarela e do Metrô, ambas no Rio de Janeiro. Segundo a Fitch, a OAS informou ter recursos de R$ 1 bilhão no fim de dezembro. No final de setembro, a OAS tinha dívida de R$ 7,7 bilhões e R$ 1,4 bilhão em recursos e títulos negociáveis. "A companhia pretende apresentar um plano de reestruturação financeira a todos seus credores e também informou que adotou um plano de redução de despesas expressivo e estuda a venda de determinados ativos para reforçar sua liquidez", afirmou a OAS neste sábado. Para auxiliar no processo, a empresa contratou como assessores financeiros a G5 e a Evercore, e como assessores legais os escritórios Mattos Filho e White & Case LLP. Um desses ativos "inúteis" da OAS é a Arena do Grêmio em Porto Alegre. Para construí-la a empreiteira tomou empréstimos de mais de 600 milhões de reais no BNDES, para o qual está hipotecado o estádio. 

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