sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Pepe e Padilha recebem de novo a missão de junta petistas e peemedebistas no Rio Grande do Sul

Os ministros petista Pepe Vargas e Eliseu Padilha receberam a missão de "apaziguar e harmonizar" PMDB e PT no Rio Grande do Sul. O pedido é de Dilma. Pepe Vargas, ministro das Relações Institucionais, faz parte agora do novo "núcleo duro" do regime petralha, Dilma constituiu esse núcleo no seu entorno composto por gente da organização clandestina revolucionária trotskista DS - Democracia Socialista, grupelho que habita o PT. Esta tentativa já havia sido feita antes. Em janeiro de 2003, quando se completava um ano de governo Germano Rigotto, o PMDB convocou um congresso estadual para a cidade de Tramandaí. Alguns dias antes, o então vereador Sebastião Melo reuniu seu "coletivo" (chamado "André Foster"), no escritório de um de seus seguidores, em edifício na Avenida Praia de Belas, em Porto Alegre, e no meio da reunião perguntou ao grupo de cerca de 50 pessoas qual deveria ser a posição no congresso partidário. Informou então que já havia um documento do partido para ser aprovado no congresso, escrito pelo então presidente da Fundação Ulysses Guimarães, João Carlos Brum Torres (o Caçapava, que era também secretário estadual de Planejamento). Foi pedido que ele mostrasse o tal documento. Lido por um dos participantes da reunião, o documento foi tachado como "uma traição" ao partido, porque apontava claramente que o PMDB poderia fazer coligação com o PT para a eleição à prefeitura de Porto Alegre de 2004. No PT, o assunto já tinha sido praticamente resolvido. Em reunião fechada no auditório do Colégio Rosário, durante um fim de semana, a DS (grupelho trotskista) havia resolvido que o candidato a prefeito seria Miguel Rossetto, atual ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, tendo um peemedebista como vice. Isto foi apontado na reunião e ficou deliberado que um participante da mesma escreveria o documento do "Coletivo André Foster". O documento foi escrito em poucos minutos e levou o seguinte título: "O rei está pelado". No mesmo era denunciada a traição partidária. Foi distribuído em Tramandai entre os militares do partido de todo o Estado, e isso gerou uma revolta grande. Tão grande que João Carlos Brum Torres viu-se obrigado a subir à tribuna e retirar a apreciação de seu documento. O congresso estadual do PMDB decidiu que o PMDB podia fazer qualquer coligação, menos com o PT, visto como seu grande inimigo no Estado. Isto foi noticiado pela imprensa nacional e gerou a revolta de petistas no Palácio do Planalto. O então todo-poderoso "primeiro ministro" José Dirceu ligou para o governador e exigiu retratação, sob pena de retaliação ao Rio Grande do Sul. Não adiantou nada, não dava para revogar a decisão do congresso partidário. Agora parece que a jogada será tentada de novo, com personagens levemente diferentes, mas na essência com a mesma intenção. É quase certo que não aparecerá ninguém, desta vez, para dizer que "o rei está pelado". Não é de hoje que o PT tenta hegemonizar a política do Rio Grande do Sul. Nunca conseguiu porque sempre encontrou pela sempre o PMDB e os peemedebistas. Não é por acaso que o partido está pela quarta vez no governo do Estado, desde a redemocratização do Brasil, na década de 80. O que parece diferente agora é que há uma disposição muito maior entre as lideranças peemedebistas para a rendição histórica. Nada que "bons negócios" não consigam.   

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