quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Petrobras diz que convenceu credores a aceitar balanço não auditado

A Petrobras informou nesta terça-feira (6) que conseguiu negociar com seus credores a divulgação do balanço do terceiro trimestre não auditado por auditoria independente ainda este mês. Os credores da companhia estavam pressionando para a que a empresa divulgasse suas demonstrações contábeis auditadas até o final de janeiro, conforme acordado em contrato, sob risco de ter antecipado o vencimento de parte de suas dívidas. Alguns títulos de dívida da empresa exigem que as demonstrações financeiras auditadas sejam apresentadas no prazo de 90 dias depois do fim do trimestre. As leis que regem o mercado de capitais brasileiro também exigem que os balanços das empresas com ações em Bolsa passem pelo escrutínio de auditores independentes antes de serem divulgados ao mercado. "Com a finalização desse processo, que demandou negociações apenas em contratos bilaterais, a companhia uniformizou o atendimento a todos os seus contratos financeiros com a apresentação da demonstração do terceiro trimestre de 2014 sem a revisão do auditor", informou a Petrobras em nota. A empresa reafirmou que divulgará seus números não auditados ainda este mês e novamente não divulgou uma data precisa. Também não há uma definição sobre a divulgação do balanço auditado pela PwC (PriceWaterhouse Coopers), que se negou a liberar as demonstrações contábeis diante das denúncias de corrupção que foram à tona com a operação Lava-Jato. A empresa determinou que a estatal desse baixa nos valores dos investimentos em ativos inflados por propinas. As denúncias começaram a ser reveladas com o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Justiça, em outubro. Ele afirmou ter existido na empresa o funcionamento de um cartel de empreiteiras que decidiam os resultados das licitações e cobravam propinas de 3%, parte das quais destinadas a partidos políticos. Duas firmas de advogados fazem uma investigação interna na Petrobras para descobrir a dimensão do esquema de propina na estatal. Inicialmente, a Petrobras planejava apresentar resultados no início de novembro, mas já tinha prorrogado o prazo de divulgação para 31 de janeiro, após novas acusações de corrupção serem reveladas.

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