terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Queda do petróleo derruba Petrobras e faz Bolsa perder pelo segundo dia

O novo tombo nos preços do petróleo no exterior derrubou as ações da Petrobras nesta segunda-feira (12) e empurrou para baixo o desempenho do principal índice da Bolsa brasileira no dia, acompanhando o mau humor internacional. O Ibovespa perdeu 1,43%, para 48.139 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,638 bilhões. Foi a segunda queda consecutiva do índice, que já havia recuado 2,21% na última sexta-feira (9). "O cenário externo pesou bastante na Bolsa brasileira nesta segunda, principalmente por causa das commodities. O petróleo voltou a cair bastante, prejudicando ainda mais o ambiente de preocupação com crescimento econômico global", diz João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos. A cotação do barril de petróleo tipo Brent, em Londres, recuou 5,35%, para US$ 47,43. Em Nova York, o contrato de petróleo mais negociado perdeu 4,74%, para US$ 46,07 o barril. Ambos estão em seu menor nível em mais de cinco anos. As ações preferenciais da Petrobras, sem direito a voto, tiveram desvalorização de 5,21% nesta segunda, para R$ 8,91 cada uma. Já os papéis ordinários da estatal, com direito a voto, cederam 5,60%, para R$ 8,77. Após a insatisfação de sindicatos e trabalhadores, a Petrobras resolveu antecipar uma parcela do 13º salário deste ano a seus empregados, que deve ser paga no dia 19 deste mês. Em geral, a estatal oferece a opção do pagamento parcial do benefício em fevereiro. O restante é quitado no fim do ano. A antecipação decorre do fato de a Petrobras não ter pago neste mês como é de costume, 40% da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). "A companhia continua sendo afetada negativamente pelos desdobramentos da Operação Lava Jato. Há ainda uma expectativa para a divulgação do resultado da empresa no final deste mês", afirma Brügger. O analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, lembra da alta das ações da estatal na sexta-feira, motivadas, segundo ele, por rumores de que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles poderia assumir a presidência da companhia. "Informações no final de semana deram conta de que Meirelles só poderá assumir, se for mesmo confirmado, após a publicação do balanço. Se não for confirmado, ações tendem a sofrer no curto prazo. Seguimos não recomendando o ativo", afirma em relatório. A queda do setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, também pressionou a Bolsa brasileira nesta segunda. O Itaú Unibanco teve perda de 2,42%, para R$ 33,93, enquanto o papel preferencial do Bradesco sofreu desvalorização de 1,78%, para R$ 34,84. Já o Banco do Brasil registrou baixa de 1,73%, para R$ 22,15. "Voltaram rumores de que o governo estaria estudando taxar as aplicações em LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), o que, teoricamente, seria ruim para os bancos. Na minha avaliação, se isso acontecer, não deve influenciar muito os resultados dos bancos. Sempre criam-se novos produtos. É normal no ambiente financeiro mudarem as regras de taxação", diz Brügger. As ações da Oi recuaram com força nesta segunda, após ter sido adiada para 22 de janeiro a assembleia de acionistas da Portugal Telecom SGPS para analisar a venda dos ativos portugueses da operadora brasileira de telecomunicações ao grupo europeu Altice. As preferenciais cederam 13,64%, para R$ 5,70 cada uma. As ações do setor de educação também ganharam destaque na ponta negativa da Bolsa. O Santander Brasil rebaixou a recomendação de Kroton (-8,40%, para R$ 12,22) e Estácio (-10,29%, para R$ 17,08) de "compra" para "manter" e cortou os preços-alvos, citando as alterações e percepção de aumento do risco regulatório. 

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