segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Um brasileiro morre na Indonésia, e uma máscara cai no Brasil. Ou: A mais recente estupidez de Maria do Rosário

E o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi mesmo executado na Indonésia, com um tiro o peito. Ele morria lá, e a máscara da deputada Maria do Rosário (PT-RS), que foi ministra dos Direitos Humanos do primeiro governo Dilma, caía uma vez mais por aqui. Aliás, é o que mais acontece com esta senhora: ser desmascarada. Mas eu a deixo para daqui a pouco.

Começo com o governo indonésio. Muhammad Prasetyo, procurador-geral, pediu neste domingo respeito às leis em resposta às críticas recebidas pela execução de seis réus, o brasileiro entre eles. “Podemos entender a reação do mundo e dos países que têm cidadãos que foram executados. No entanto, devem-se respeitar as leis que se aplicam em nosso país.” Ah, tá…
O que é “respeitar”? Se isso compreender a gente não poder fazer nada a respeito além de protestar, ok. Se é compreensão que ele busca, aí tem de falar com a petista Maria do Rosário. Eu não respeito um governo que solta 800 terroristas nativos em dez anos e que executa forasteiros, ignorando pedidos de clemência. Então essas tais leis permitem pôr nas ruas celerados que mataram 202 pessoas num único atentado em Bali, em 2002 — a maioria não era da Indonésia —, mas condenam à morte, de maneira inapelável, traficantes estrangeiros? É uma mistura de irresponsabilidade, com autoritarismo e populismo homicida.
Mas, pelo visto, essa composição não causa repúdio à senhora Maria do Rosário. Aquela que já foi ministra dos Direitos Humanos resolveu se manifestar a respeito. Disse ser contra, claro!, a pena de morte, mas considerou, com aquela inteligência muito peculiar: “Mas que interesse há para onde as cinzas serão levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era traficante”. Imaginem se é o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), seu desafeto, a dizer uma boçalidade dessa qualidade.
Sim, ele era traficante — ou foi condenado por tráfico. Isso, então, retira de sua família até o direito de saber para onde vão as cinzas? O governo brasileiro não deveria se ocupar do assunto? Até onde vai o “humanismo” de Maria do Rosário? Os torturadores que se livraram de alguns corpos no Brasil pensavam assim: “Mas que interesse há em saber onde foram jogados os corpos? Não eram heróis. Eram terroristas”.
A delinquência intelectual de Maria do Rosário me assombra, embora eu sempre espere o pior de seu presumível cérebro. Em 2012, Dilma chegou a Cuba pouco depois de mais um prisioneiro ter morrido em decorrência de uma greve de fome. Foram perguntar o que Maria do Rosário pensava a respeito. E ela disparou: “A marca de Cuba não é a violação dos direitos humanos, e sim ter sofrido uma violação histórica”. Nem todo mundo que morre toca o, digamos, lado humano da ex-ministra.
Entenderam por que petistas e regimes autoritários estão sempre de braços dados? Eles têm uma espécie de proteína que logo os liga a tudo o que não presta. Trata-se de uma vocação moral.
PS – Sou contra a pena de morte em qualquer caso e em qualquer país. Para mim, é questão de princípio, de fundamento organizador da civilização que vislumbro. Maria do Rosário diz pensar a mesma coisa. Ela só não se importa com as cinzas do morto. Afinal, já está morto mesmo, né? E o cara nem era herói, segundo ela. Maria do Rosário para ministra dos Direitos Humanos do Taleban! Por Reinaldo Azevedo

Um comentário:

zaza disse...

Olá, tudo bem?
Espero que sim!
Gosto muito do seu blog, sou leitor assíduo, leio releio e sempre estou ativo.
Entretanto nesta reportagem do dito cujo que foi fuzilado na Indonésia, eu estou meio que perplexo ou não entendi direito sua posição, mas acho que ao falar da ministra nos dá a entender que estás defendendo o famigerado.
Ora, o fuzilamento deste individuo nada mais foi que um favor do governo da Indonésia, para nós Brasileiros honestos, é menos um traficante para viciar nossas crianças.
Então na minha opinião modesta e com todo o respeito a sua, se pudesse eu daria uma medalha ao fuzilador.
Att. Izaias.