sábado, 10 de janeiro de 2015

Verão deve terminar com chuvas abaixo da média no centro-sul do Brasil

A expectativa de que as chuvas de verão amenizariam a queda dos reservatórios no centro-sul do Brasil não se concretizou. Um sistema de alta pressão vindo do Oceano Atlântico, que atua em boa parte do país desde o fim de dezembro, reduziu a média de chuvas no Sudeste, no Centro-Oeste e no Nordeste em janeiro, único mês em que os índices poderiam ficar acima do normal. Para fevereiro e março, as previsões também não são animadoras, indicando que o país terá o quarto ano seguido com verão menos chuvoso que a média. Chamado de Asas (Alta Subtropical do Atlântico Sul), o sistema responsável pela falta de chuvas no Nordeste, no Centro-Oeste e em parte do Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo e norte do Estado do Rio de Janeiro) se intensificará neste fim de semana.


Nos próximos dez dias, as chuvas também ficarão escassas no Estado de São Paulo e no sul do Estado do Rio de Janeiro, piorando a situação dos reservatórios de usinas hidrelétricas e dos sistemas de abastecimento de água da Grande São Paulo. Normalmente com ocorrência no meio da porção sul do Oceano Atlântico, a Asas teve o centro deslocado para a costa brasileira desde a semana do Natal. Nesta semana, o centro da área de alta pressão aproximou-se ainda mais do litoral fluminense, elevando a temperatura para a casa dos 40 graus no Rio de Janeiro. A Asas funciona como um tampão que bloqueia frentes frias e impede a formação de nuvens pelo calor. Uma corrente de vento que sopra do alto da atmosfera impede que a evaporação gere nuvens pesadas do tipo cumulus nimbus, que são associadas às chuvas. Esse sistema de alta pressão é o mesmo que provocou o bloqueio atmosférico do início de 2014, levando à queda dos reservatórios em todo o Centro-Sul e gerando a crise hídrica em São Paulo. O deslocamento da área de alta pressão traz outra consequência: a água que falta no Centro-Oeste e no Sudeste sobra na Região Sul. Desde o fim de dezembro, quando a Asas se aproximou do País, o Rio Grande do Sul enfrenta uma série de temporais, que provocaram a cheia do Rio Uruguai. "Na verdade, o sistema de alta pressão deslocou o canal de umidade para o Paraguai, o norte da Argentina e o Sul do Brasil", explica o diretor-geral da Metsul Meteorologia, Eugenio Hackbart.

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