quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A gestão “Triplo D” do PT, um baixo nível que as agências ainda não criaram

Mauro Leos, vice-presidente e analista sênior da Moody’s, afirmou nesta terça, durante evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, que a agência de classificação de risco deve rever o rating da Petrobras até o fim do mês. A fala não pareceu muito auspiciosa: “Os desdobramentos ligados à Petrobras estão se tornando crescentemente relevantes”. Pois é… A única coisa “crescentemente relevante” hoje, no que respeita à estatal, são os problemas. Leos deixou claro que o destino da Petrobras poderá interferir no rating do Brasil, em razão do que chamou de “interconectividade” entre a empresa e a economia.

Só para lembrar: a Petrobras está no último nível do grau de investimento na Mooddy’s: Baa3. Se baixar mais um — e parece que a possibilidade existe —, a empresa passa para o primeiro do grau especulativo: “Ba1”. Também a Standard & Poor’s´(BBB-) e a Fitch (BBB-) têm a estatal nesse patamar.
E como anda a nota do Brasil na Moody’s? Não é grande coisa. O País é “Baa2”. Ainda é “grau de investimento”, mas bem modesto. Para vocês terem uma idéia, até o “Aaa”, que é o máximo, há oito degraus. Se o País cair mais dois, vai para a categoria dos especulativos. O mesmo acontece na Fitch (BBB): um próximo rebaixamento (BBB-) poria o País a um passo da nota vermelha.
Na Standard & Poors, a posição do País é mais preocupante: rebaixado em março, caiu de “BBB” para “BBB-“, mesma nota da Petrobras. Nessa agência, uma próxima queda conduziria o País para “BB+”, primeiro nível do grau especulativo. Foi o que fez a agência britânica Economist Intelligence Unit na semana passada:  o rebaixamento, de BBB para BB, lançou o Brasil no grupo dos potenciais maus pagadores.
Já escrevi aqui e repito: agências de classificação de risco e suas letrinhas não são a bula papal. O problema é que elas servem de referência para investidores — especialmente os que investem dinheiro alheio. A situação do Brasil reflete a piora dramática em praticamente todos os indicadores.
Para arrematar: um cálculo do Deutsche Bank publicado nesta quarta-feira estima que a política de preço de combustíveis praticada pelo governo entre 2011 e 2014 retirou R$ 60 bilhões do fluxo de caixa da Petrobras. Pra quê? Para fazer política econômica e maquiar o descontrole que estava em curso. A decisão ajudou a levar a Petrobras à lona. E para quê? Para termos hoje recessão, juros nos cornos da lula e inflação acima da meta.
É a gestão “DDD” do PT, um baixo nível que as agências ainda não ousaram criar. Por Reinaldo Azevedo

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