quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Crise no setor elétrico faz negociações baterem recorde histórico em 2014

As transações no mercado de curto prazo de energia bateram recorde histórico em 2014 e fecharam o ano em R$ 37,2 bilhões. O valor supera o resultado das operações dos quatro anos anteriores somados – 2010, 2011, 2012 e 2013. Todas essas negociações, que foram feitas por intermédio da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), deveriam servir apenas para "ajustar" os contratos já firmados para compra e venda de energia no país, entre geradores, distribuidores e comercializadores. O balanço final de 2014, porém, revela o tamanho do problema enfrentado pelas empresas e o descompasso do setor no ano passado. Ao longo de 2014, as distribuidoras de energia foram as que mais recorreram às negociações extraordinárias para aquisição de energia. Sozinhas, elas tiveram participação superior a R$ 20 bilhões desse resultado. Sem quantidade suficiente de energia contratada para atender seus consumidores, elas tiveram de recorrer a ao curto prazo durante todo o ano para conseguir mais energia. Se submeteram, por isso, aos altos preços praticados pelas geradoras que tinham energia disponível para oferecer. O valor da energia alcançou pela primeira vez, em 2014, o teto fixado em R$ 822 por MWh. Esse patamar foi atingido por diversas semanas. A crise foi tão grande que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) optou por rever esse valor no fim do ano e acabou por reduzir, forçadamente, esse teto para R$ 388 por MWh. Outro segmento que colaborou para o recorde histórico de negociações no mercado de curto prazo foi a geração. Com pouca água nos reservatórios das hidrelétricas, o governo optou por usar menos essas usinas e por ligar mais as térmicas. Cada usina que não consegue entregar a quantidade total de geração prevista em contrato deve recorrer ao mercado de curto prazo para honrar seus compromissos. O mesmo ocorre para usinas que enfrentam atrasos em suas obras e precisam entregar a energia prometida para distribuidoras ou comercializadoras com quem tem contrato.

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