quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Enfim, o peemedebista Sérgio Machado, homem de Renan Calheiros, pede demissão da Transpetro


O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, entregou sua carta de demissão ao conselho da subsidiária de transportes da Petrobras na tarde desta quinta-feira (5). A demissão definitiva ocorre um dia após a presidente da Petrobras, Graça Foster, e cinco diretores da Petrobras renunciarem aos cargos. Ele encaminhou a carta de demissão para Graça Foster, que é presidente do conselho da Transpetro. Apadrinhado de Renan Calheiros, Machado pediu licença do cargo em 3 de novembro por pressão da PwC, empresa que audita os balanços da Petrobras. Ele pediu prorrogação da licença em janeiro e esperou passar a eleição de Renan Calheiros no domingo para se demitir. Peemedebistas foram avisados da renúncia nesta segunda-feira (2). Machado manifestou a vontade de pedir demissão antes da eleição de Calheiros, mas foi convencido a permanecer até o final da disputa para não criar novos desgastes ao presidente do Senado. A carta de demissão estava prevista para esta terça-feira, mas, diante da situação de Graça Foster, ele resolveu adiar para esta quinta-feira. Segundo peemedebistas, a legenda não indicará o substituto. Cinco dos sete diretores da estatal não aceitaram o cronograma de troca definido pela presidente da República. Restou a Graça informar Dilma de que já não tinha condições de controlar os demais colegas de diretoria e que a mudança teria que ser antecipada para esta sexta-feira (6). Em comunicado ao mercado emitido na manhã desta quarta-feira (4), a empresa afirmou que o Conselho de Administração se reunirá na sexta para eleger a nova diretoria. Na terça-feira (3), Dilma e Graça se reuniram no Palácio do Planalto para discutir a situação da executiva. Graça apresentou as cartas de renúncia dos diretores, mas a presidente argumentou que precisava de tempo para achar substitutos. Ficou definida, então, a saída do grupo até o fim do mês, após a publicação do prejuízo decorrente de corrupção na estatal. Há quase um ano, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, descobriu um esquema de desvios de recursos da estatal para beneficiar empresas e políticos. Desde então, a situação financeira da empresa só se agravou. A presidente, que até aqui jamais concordara com a renúncia de Graça, passou a considerar na semana passada a demissão da auxiliar. Acreditava que a amiga havia perdido as condições de conduzir a empresa durante sua maior crise. Dilma é defensora incondicional do caráter da auxiliar, e lamenta vê-la saindo mesmo sem ser acusada de irregularidades. Nos últimos dias, Graça começou apresentar sinais do desgaste emocional provocado por toda a situação vivida. À presidente lamentou muito o fato de seu prédio ter sido cercado por manifestantes, levando sua família a constrangimentos. Ela, entretanto, estava disposta a atender o último pedido da chefe de ficar por um pouco mais de tempo. Acabou surpreendida pela recusa dos demais diretores, que não quiseram prolongar ainda mais o que chamaram de processo de "fritura" nos cargos. Graça telefonou para Dilma na noite da terça-feira para informar da decisão colegiada. Dois diretores não assinaram a renúncia coletiva. José Eduardo Dutra, afastado por motivos de saúde, e o diretor de Governança, Risco e Conformidade da Petrobras, João Elek, recém-empossado no cargo. Dutra já havia manifestado seu desejo de deixar a diretoria após o recrudescimento das denúncias. A intenção da Petrobras era só informar sobre a renúncia coletiva na sexta-feira, mas o pedido de explicações feito pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários, a xerife do mercado financeiro) sobre reportagem da Folha informando que o Planalto já havia decidido pela substituição de Graça obrigou a diretoria a se pronunciar e a informar a decisão nesta quarta-feira. 

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