quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Equipes da Polícia Federal fazem operação para apreender iate de Eike Batista em Angra


Equipes da Polícia Federal realizaram nesta quarta-feira (11) uma operação em Angra dos Reis, na Costa Verde, para apreender o iate do empresário Eike Batista, além de outros bens localizados na casa que ele tem no município. Segundo o juiz federal Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal, a apreensão faz parte da decisão que decretou, na semana passada, o bloqueio de R$ 3 bilhões em bens do empresário e de parentes dele para preservar possíveis indenizações e multas. "Depois de todos os bens apreendidos, vamos avaliar até chegar no montante que o Ministério Público requereu. Se ultrapassar, o restante será devolvido", informou o magistrado.


Na última sexta-feira (6) diversas apreensões foram feitas na casa de Eike Batista no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro. Durante a ação, foram levados o celular do empresário, documentos, seis carros (dois deles importados), um piano, 16 relógios, R$ 90 mil em dinheiro e mais o equivalente a R$ 37 mil em outras moedas. Inicialmente, a defesa do empresário havia estimado em R$ 80 mil o valor recolhido. Segundo a Polícia Federal, também foram apreendidos dois motores para lancha, um computador, uma escultura e um ovo Fabergé (jóia feita para czares russos nos séculos 19 e 20).


Segundo o magistrado, está sendo julgado o pedido de rastreamento de contas do empresário no Exterior. “Existe um inquérito tramitando que implica na evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Queremos saber onde ele tem conta e quanto ele remeteu para o exterior”, ressaltou o juiz, explicando que, mesmo que o processo seja deferido nesta quarta, não é um processo rápido, pois o Ministério Público precisará encaminhar o pedido para órgãos de cooperação internacional, como a Interpol e o FBI (agência federal de investigação dos Estados Unidos). Indignado, o advogado Sérgio Bermudes disse na sexta-feira que o bloqueio e a apreensão de bens foi uma "decisão selvagem e brutal". "Não deixaram dinheiro nem para ele comprar bananas para o filho de 3 anos. A Polícia Federal foi extremamente correta e cortês. Mas a decisão judicial só pode ser classificada como fúria selvagem", afirmou. Segundo o advogado, a apreensão de todos os bens do empresário foi para garantir o pagamento de indenização de vítimas de supostos atos fraudulentos, caso Eike Batista seja condenado. No entanto, Bermudes alegou que o processo que corre na 3ª Vara Federal Criminal ainda está no início. Nesta quarta-feira, o Tribunal Regional Federal no Rio vai julgar o pedido da defesa de Eike que pede o afastamento do juiz do processo por imparcialidade. “É uma suspeição sem base legal, de fundo meramente político. Não há nenhuma violação a artigo do código de processo penal”, afirmou o magistrado Flávio Roberto de Souza.

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