quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Fundos estrangeiros partem para o ataque contra governo argentino

Sem conseguir chegar a um acordo com a Argentina, os fundos estrangeiros que detêm títulos da dívida do país partiram para o ataque contra o governo Cristina Kirchner. O AFTA (American Task Force Argentina) - grupo de lobby que defende os interesses dos credores nos Estados Unidos - divulgou um relatório citando integrantes do governo que aumentaram seu patrimônio sem explicação. O documento cita 14 políticos argentinos, entre os quais o atual ministro de Transportes, Florêncio Randazzo, que deve concorrer à presidência como possível sucessor de Cristina Kirchner; Guillermo Moreno, ex-ministro de comércio, e Sergio Berni, secretário de segurança. Todos, segundo o relatório, elevaram seu patrimônio muito acima dos seus salários. O relatório, sustentam os autores, foi feito a partir de informações públicas do escritório argentino anticorrupção, de decisões judiciais e de reportagens. Robert Shapiro, um dos porta-vozes do AFTA, afirmou que a corrupção na Argentina é endêmica. "Vamos falar de corrupção, o que é infelizmente o que vemos hoje na Argentina", disse Shapiro, ao apresentar o relatório, que não cita Cristina Kirchner, nem Axel Kicillof, ministro de Economia. Segundo o AFTA, o patrimônio da presidente não era foco da seu relatório e, sim, mostrar que a "corrupção se tornou endêmica e sistemática". O ministro do Interior e dos Transportes, Florêncio Randazzo, atribuiu a acusação ao fato de ele ser pré-candidato à presidência. Os fundos travam uma disputa midiática com o país desde junho do ano passado, quando a corte americana decidiu que os fundos têm direito a receber US$ 1,3 bilhão da Argentina. Esses são credores que não aceitaram renegociar uma diminuição do valor devido quando o país reestruturou sua dívida, após o calote de 2001. Os fundos compram com deságio o direito de receber de dívidas difíceis de serem pagas. Em janeiro, esperava-se que a Argentina entrasse em um acordo com esses fundos, uma vez que venceu uma cláusula que obrigava o país a estender a todos os credores as mesmas condições de pagamento conquistadas na justiça por esses fundos. Mas o governo argentino resiste.A disputa virou plataforma política de Cristina Kirchner, que os trata como inimigos do povo argentino.

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