sábado, 7 de fevereiro de 2015

Ministério Público e Polícia Federal investigarão empréstimo do Banco do Brasil para a amiga do petista Bendine, a socialite Val Marchiori


O nome escolhido pela presidente Dilma Rousseff para limpar a Petrobras, o presidente do Banco do Brasil, o petista Aldemir Bendine, é alvo de um procedimento de investigação da Procuradoria da República em São Paulo. O Ministério Público Federal informou na tarde desta sexta-feira (6) que determinou à Polícia Federal a instauração de inquérito para averiguar a concessão de empréstimo do Banco do Brasil à socialite Valdirene Marchiori. Val Marchiori, como a socialite é conhecida, é "amiga" de Bendine. A determinação foi feita diretamente à Delefin –Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros. No ano passado, o Banco do Brasil driblou uma série de regras internas para conceder o financiamento de R$ 2,7 milhões para Val Marchiori, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, com taxa de 4% de juros ao ano – abaixo da inflação. Val Marchiori tinha restrição de crédito por não ter pago empréstimo anterior ao Banco do Brasil e também por não apresentar capacidade financeira para obter o financiamento, segundo documentos internos do Banco do Brasil. Segundo nota divulgada pelo Ministério Público Federal de São Paulo, a Justiça Federal comunicou ao Banco do Brasil nesta semana determinação para que forneça aos procuradores documentos referentes aos empréstimos concedidos à empresária desde 2009. Segundo a nota, em outubro do ano passado o Ministério Público Federal já havia feito o pedido, mas o banco alegou ser necessária uma ordem judicial de quebra de sigilo bancário dos envolvidos para atender à solicitação. "Acionado, o Judiciário afastou essa condição por se tratar de recursos públicos e deu prazo de cinco dias para que o Banco do Brasil disponibilize a documentação". O Ministério Público Federal informou que
  

aguarda o envio do material: "Com a instauração do inquérito, os procuradores requerem à Polícia Federal que aprofunde as investigações, com a coleta de outros elementos probatórios". Val Marchiori, mais conhecida por sua participação no programa de TV "Mulheres Ricas", acompanhou Bendine em duas missões oficiais do banco, uma na Argentina e outra no Rio de Janeiro. Nas duas ocasiões, os dois ficaram hospedados nos mesmos hotéis: primeiro no Alvear, em Buenos Aires, e depois no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Que tal, hein?!!!! O procedimento de investigação contra Bendine foi inicialmente instaurado pelo Ministério Público Federal a partir do depoimento do ex-motorista da Presidência da República, Sebastião Ferreira da Silva. Ferreirinha, como é conhecido, dirigiu para a campanha de Lula em 2002 e depois foi contratado pelo escritório da Presidência em São Paulo, onde ficou por quatro anos. Em seguida, Ferreirinha passou a dirigir para Bendine, no Banco do Brasil, por quase seis anos. Ele disse ao Ministério Público que presenciou Bendine sair de um prédio comercial em São Paulo, ocupado por empresas ligadas ao grupo da TV Record, com uma sacola repleta de maços de notas de R$ 100,00. Também contou que recebeu ordens para fazer diversos pagamentos com altas quantias em dinheiro vivo, sempre entregues a ele dentro do Banco do Brasil, pelo próprio Bendine. Bendine foi autuado pela Receita Federal por não comprovar a origem de aproximadamente R$ 280 mil de seu patrimônio informados em sua declaração do Imposto de Renda. Ele entrou no radar da Receita em 2010, após comprar no interior paulista um apartamento avaliado em R$ 200 mil, pago em dinheiro vivo. Para se livrar da fiscalização do fisco e de futuros questionamentos, pagou o auto sem qualquer questionamento. Como pagou à vista, teve um desconto, tendo desembolsado ao final R$ 122 mil. Ferreirinha disse que buscava a socialite Val Marchiori em diversos locais de São Paulo a pedido de Bendine. "Fui buscar muitas vezes a Val Marchiori", disse ele. A empresa pela qual Marchiori tomou o crédito, a Torke Empreendimentos, apresentou como comprovação de receita a pensão alimentícia de seus dois filhos menores de idade. A Torke não tinha experiência na área de transportes e a atuação da empresa até então estava relacionada à carreira de Val Marchiori na TV. Na condição de administradora com poderes plenos na empresa, Marchiori tinha dívidas antigas com o Banco do Brasil que representavam impedimento para o novo empréstimo. Por isso, foi feita uma "operação customizada", ou seja, uma operação sob medida exclusivamente para a socialite Val Marchiori, para liberar os recursos.

Um comentário:

Cristiano disse...

Quebrou o salto da Val... vai ver se todo o apartamento foi mobiliado pelo Cartão Cidadão para quem recebe casa popular pelo programa Bolsa Família!