terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ministério Público Federal denuncia Cerveró e Fernando Baiano por lavagem e formação de quadrilha

O Ministério Público Federal apresentou à Justiça denúncia contra o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no escândalo do Petrolão do PT, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. De acordo com a acusação, Cerveró utilizou o cargo na estatal para favorecer contratações de empreiteiras mediante o pagamento de propina, enquanto Baiano é apontado como o operador financeiro do esquema de desvio de recursos e distribuição de vantagens indevidas. O Ministério Público também apresentou denúncia contra o advogado uruguaio Oscar Algorta Rachetti, identificado pelos procuradores como responsável por ter lavado dinheiro de propina na compra de uma cobertura de luxo no Rio de Janeiro em nome da offshore uruguaia Jolmey. Segundo a denúncia, Fernando Baiano atuava como operador financeiro da Diretoria Internacional da Petrobras, recolhendo propina em nome de Cerveró e atuando para lavar os recursos. Na estratégia para evitar o rastreamento do dinheiro sujo, a dupla enviava a propina para contas no Exterior em nome de empresas offshores situadas no Uruguai e Suíça. A movimentação financeira incluía ainda o retorno de parte dos recursos ao Brasil por meio da simulação de investimentos diretos na empresa brasileira Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda – na verdade uma filial da offshore uruguaia Jolmey. As duas empresas eram de propriedade de Cerveró, mas eram administradas por laranjas. Em setembro do ano passado, VEJA revelou que o dúplex de 7,5 milhões de reais onde Cerveró morava em Ipanema pertencia à Jolmey. O enredo contemplava várias operações nebulosas. Ao longo da Operação Lava Jato, a Polícia Federal reuniu provas de que Cerveró era o verdadeiro dono da offshore Jolmey, que movimentou milhões de reais para comprar e reformar o seu apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro. Em depoimento aos investigadores, o advogado Marcelo Mello confirmou a negociata e disse que foi procurado há sete anos por Cerveró e por Algorta para montar uma subsidiária brasileira da Jolmey Sociedad Anonima. Desde o início das investigações, Cerveró negava qualquer participação na criação da offshore.

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