quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PMDB ignora Dilma e o PT no horário político

Vai ao ar nesta quinta-feira o horário político de 10 minutos do PMDB. O lema que resume o espírito do programa é “O Brasil é a nossa escolha”. Embora seis ministros da legenda — Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Vinicius Lages (Turismo) — façam alusão a programas em curso, a presidente Dilma Rousseff e o PT são ignorados. Ou nem tanto. Como informa a Folha, logo na abertura, um narrador diz que “não serão as estrelas” que guiarão o partido e o País, as escolhas é que apontarão um caminho. Ninguém precisa ser muito bidu para lembrar que a estrela é o símbolo do PT.

Que o partido esteja descontente com o governo, isso é evidente. Na terça-feira, Michel Temer telefonou para Dilma e avisou que estava difícil conter a rebelião. “Certo”, dirão alguns, “mas nada que não se resolva com cargos.” Pode ser. Parece, no entanto, haver certa disposição para o descolamento. Há uma possibilidade de que o PMDB comece a se organizar para disputar a Presidência, não mais como vice de alguém. Aonde quer que vá, quando indagado a respeito, Eduardo Cunha, presidente da Câmara, responde: “Time que não disputa não tem torcida”.
No programa, aliás, Cunha fará a defesa da reforma política. A que está em tramitação na Câmara é repudiada pelos petistas, mas terá o endosso de Temer. O vice-presidente dirá ainda que as investigações na Petrobras não podem paralisar o País e reforçará o compromisso do partido com a liberdade de expressão. Como é sabido, os petistas pressionam Dilma a fazer a tal “regulação da mídia” — já repudiada por Cunha, ainda que seja a tal “regulação econômica” de que fala a presidente, cujo sentido ninguém conhece.
O PMDB parece buscar, assim, se descolar do PT e dos aspectos mais deletérios do governo. Nos bastidores, a companheirada já reclamou. Ocorre que, hoje em dia, os aliados já não dão mais bola quando petistas protestam. Por Reinaldo Azevedo

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