sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Procurador Geral da República apresenta denúncias da Lava Jato contra políticos depois do carnaval

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar ao Supremo Tribunal Federal pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares suspeitos de envolvimento nas fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras logo depois do Carnaval. As informações sobre a decisão do procurador-geral chegaram a pelo menos três ministros, dois do STF e um do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Janot deve pedir investigação sobre 42 fraudes narradas pelos ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, ao longo das investigações da Operação Lava Jato. Janot, que estava nos Estados Unidos, tem se recusado a tratar do assunto. Mas, antes disso, emitiu sinais a alguns ministros de que fará os pedidos de investigação antes do final deste mês. Os dados que darão base aos pedidos de investigação estão sendo coletados e sistematizados por uma força-tarefa criada em dezembro para dar agilidade aos procedimentos relacionados à Lava Jato no STF. Os procuradores estão trabalhando em ritmo intenso para atender aos prazos traçados inicialmente e apresentar o resultado ao procurador-geral em até duas semanas, segundo uma autoridade que acompanha o caso de perto. A indefinição sobre os alvos prováveis dos inquéritos tem causado inquietação no Congresso Nacional e até no governo. Nas denúncias que fizeram sobre fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef teriam mencionado os nomes de 30 a 40 políticos, entre eles deputados, senadores e ex-governadores. São situações que podem ter forte impacto sobre a nova CPI da Petrobras, que será instalada depois do Carnaval, e também na agenda no Congresso Nacional. Costa e Youssef confessaram crimes e apontaram o envolvimento de políticos e empreiteiras com fraudes na Petrobras. Além do relato sobre os casos específicos de corrupção, os dois se comprometeram a devolver aproximadamente R$ 130 milhões, soma de recursos mantidos em contas bancárias e bens adquiridos a partir de desvios na Petrobras. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal terão também que acelerar as investigações da Lava Jato que estão sendo oficiadas pela 13ª Federal do Paraná. Segundo um ministro, são grandes as chances do STF mandar soltar executivos das empreiteiras e outros acusados que ainda estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. 

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