quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015



Sob a chuva, milhares de argentinos marcham em homenagem a promotor morto
Um mês após a morte de Alberto Nisman, Cristina Kirchner afirma que Argentina é ‘líder no campo dos direitos humanos’, e pede que país não se torne ‘palco de conflitos’
POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
18/02/2015 19:05 / ATUALIZADO 18/02/2015 19:39

A "Marcha do Silêncio", realizada nesta quarta-feira para marcar um mês da morte do promotor Alberto Nisman — que buscava indiciar a presidente argentina Cristina Kirchner, acusada de acobertar a participação do Irã no atentado à sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994 — reuniu milhares de pessoas nas ruas de Buenos Aires. Mesmo debaixo de chuva, uma enorme quantidade de manifestantes está concentrada na Praça dos Dois Congressos, e deve marchar até a Praça de Maio, tradicional reduto de protestos políticos na capital argentina. O protesto — uma das maiores manifestações já enfrentadas pela peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner em sete anos à frente da presidência — foi convocado por um grupo de promotores e rapidamente recebeu a adesão da oposição, em meio à tormenta política que sacode o governo desde o assassinato de Alberto Nisman. Ao mesmo tempo em que manifestantes marcham por Buenos Aires, outras cidades argentinas e até mesmo países vizinhos, como o Chile também realizam eventos, convocados por diversas páginas na internet. Cristina Kirchner advertiu nesta quarta-feira que “não se pode permitir que a Argentina seja palco de conflitos”, enquanto alertou sobre “um mundo que está atravessado por interesses profundos geopolíticos e estratégicos”. "Não nos tragam conflitos que não são nossos. Nossas idiossincrasias, costumes e ideais são os de um país pacífico, um lugar onde as diferentes religiões e etnias convivem, são todos filhos de imigrantes", enfatizou a presidente peronista populista ao conduzir o ato de comissionamento da Usina Nuclear de Atucha II , localizada em Lima, no distrito de Zarate. Desta forma, a chefe de Estado referiu-se à carta dirigida ao secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, na qual pediu que os Estados Unidos “não interfiram nos assuntos internos” relacionados aos ataques à AMIA e à Embaixada de Israel. Em outra parte em seu discurso, a chefe de Estado disse que a Argentina é “líder no campo dos direitos humanos”, e lembrou que há países que “têm prisões secretas e pessoas detidas sem julgamento”, bem como outros que “lançam mísseis contra a população civil”. Ou seja, ela atacou, em seu vulgar esquerdismo, os Estados Unidos e Israel: "Posso ir a qualquer país do mundo, mesmo aqueles que têm prisões secretas e pessoas detidas sem julgamento, ou aqueles que disparam mísseis contra populações civis indefesas, e posso dizer que na Argentina a lei prevalece". A Argentina dela é aquele em que são assassinados promotores prontos a denunciar a presidente. "A Casa Branca está monitorando a situação na Argentina, onde a morte de um promotor que acusou a presidente Cristina Kirchner de encobrir o suposto papel do Irã em um atentado de 1994 tem provocado protestos", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta quarta-feira. Earnest afirmou que a Casa Branca está "preocupada" com as questões relativas ao Estado de direito e de Justiça que têm sido levantadas em torno do assassinato do promotor no mês passado. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns ao povo argentino! A morte do promotor Nisman não pode ser em vão. Chega!
Don't cry for me Argentina.