quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Tribunal da Malásia condena líder da oposição por sodomia

O líder da oposição política na Malásia, Anwar Ibrahim, foi declarado nesta terça-feira culpado de sodomia pelo Tribunal Federal da Malásia, que ratificou uma sentença anterior do Tribunal de Apelações que o condenava a cinco anos de prisão. Anwar, de 67 anos, considera o julgamento uma manobra das autoridades para afastá-lo da política. Ele foi acusado em junho de 2008 de ter mantido relações sexuais com seu assessor, Saiful Bukhari Azlan, que o denunciou à polícia. O juiz Arifin Zakaria disse que o depoimento de Saiful “é crível e coincide com amplas provas que corroboram” o crime. “Não temos nenhuma razão para mudar esse resultado”, disse Arifin durante a leitura da decisão, segundo informações do site Malaysia Insider. Em fevereiro do ano passado, o Tribunal de Apelações o condenou a cinco anos após revogar uma decisão anterior do Alto Tribunal, que absolveu Anwar das acusações em 2012, o que permitiu que o político concorresse nas eleições em 2013. A aliança de oposição obteve 52% dos votos, mas apenas 89 das 222 cadeiras do parlamento nacional, frente a 133 do governante Frente Nacional, que teve o pior resultado de sua história naquelas eleições. A sodomia é punida na Malásia com penas de até 20 anos de prisão, mas são raros os julgamentos. O país é composto de maioria muçulmana, com 60% de seus 29 milhões de habitantes professando a religião islâmica. Anwar foi julgado em duas ocasiões pelo mesmo crime, a primeira em 1998, quando era vice-primeiro-ministro de Finanças e os analistas o apresentavam como o sucessor de Mahathir Mohamad para a chefia de governo. Após enfrentar Mahathir, em 1998, foi expulso do partido, da coalizão governante, destituído de suas funções e processado pelos crimes de abuso de poder e sodomia, acusações pelas quais acabou sendo condenado a seis e nove anos de prisão, respectivamente. Enquanto lutava nos tribunais, Anwar iniciou sua carreira na oposição. Conseguiu a liberdade em 2004, depois que o Tribunal Federal anulou sua condenação por sodomia, mas ainda teve seus direitos políticos cassados por quatro anos, impossibilitando-o de concorrer ou assumir cargos públicos.

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