quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Venina atribui ao petista Renato Duque escalada de preços de Abreu e Lima

A geóloga  Venina Velosa, ex-gerente de Abastecimento da Petrobras foi uma das cinco testemunhas de acusação interrogadas em ação penal movida pelo Ministério Público Federal contra executivos da construtora Engevix, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ela prestou depoimento nesta terça. Ao ser questionada sobre a progressiva elevação do custo da refinaria de Abreu e Lima, Venina responsabilizou a diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque, o afilhado do ex-ministro José Dirceu na estatal. Segundo ela, o ex-diretor “tomou para ele a questão do cronograma e a execução”.

Ao ser indagada se percebeu a atuação de um cartel da Petrobras, a ex-subordinada de Costa relatou que em julho de 2009 soube de uma reunião entre representantes de empreiteiras e advogados da Petrobras para discutir aditivos de contratos. O encontro foi registrado em ata e comunicado pelo então gerente-jurídico de Abastecimento Fernando de Castro Sá. Segundo Venina, “havia uma ata onde era solicitado que empresas da Abemi fizessem pedidos de aditivos de forma mais clara e organizada”. Ainda de acordo com a ex-gerente, a situação foi comunicada ao gerente-jurídico da estatal, Nilton Maia. “Maia criou uma sindicância e esse gerente-jurídico foi afastado de suas funções”, afirmou Venina.
Advogados de empreiteiras tentaram estimular Venina a falar sobre a interferência política na estatal. Em determinado momento, um defensor chegou a perguntar se Costa “se vangloriava” de seu poder a colegas. A pergunta foi indeferida pelo juiz Sérgio Moro. Por Reinaldo Azevedo

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