quinta-feira, 19 de março de 2015

Advogado do petista Renato Duque descarta delação premiada


Se depender do seu advogado, o ex-diretor da Petrobras, o petista Renato Duque, não fará qualquer acordo de delação premiada. Duque, que está preso desde segunda-feira, é acusado de receber propina para permitir desvios em contratos da estatal. Mas o defensor Alexandre Lopes diz que não há possibilidade de um acordo com a Justiça, como fizeram outros envolvidos no Petrolão do PT. "Enquanto eu for seu advogado, ele jamais fará uma delação premiada", afirmou Lopes, após o depoimento de Renato Duque à CPI da Petrobras nesta quinta-feira. "Acho isso uma indecência. É o que há de pior na relação do ser humano. Eu não vou dar base legal a alcaguetagem", prosseguiu. Outros tantos presos da Operação Lava Jato também diziam isso por meio de seus advogados, e acabaram quase todos substituídos pela doutora Beatriz Catta Preta, a grande especialista brasileira na questão da delação premiada. Segundo o advogado, o petista Duque também afirma que não há a quem delatar, já que ele nega qualquer participação nos desvios da Petrobras. O ex-diretor nega até mesmo a propriedade dos 10 milhões de euros em seu nome encontrados pelo Ministério Público em Mônaco. Ou seja, é outro Malufinho..... "Se ele fez ou se ele não fez, se ele tem ou se não tem, isso vai ser desvelado no curso da marcha processual", afirmou o advogado sobre a conta no Exterior. Lopes admite que a recusa de seu cliente em responder as perguntas dos deputados na CPI nesta quinta-feira foi parte da estratégia de defesa, embora o petista Renato Duque estivesse disposto a falar. "Eu não vou antecipar o depoimento dele em um ambiente político conturbado como esse. É uma questão de estratégia de defesa", disse o advogado. Alexandre Lopes também minimizou os encontros do petista Renato Duque como tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O ex-gerente Pedro Barusco disse que as reuniões serviam para a divisão de propina, mas o defensor de Duque tem outra versão: "Ele conheceu o Vaccari depois que virou diretor em questões institucionais. Ou, nas palavras dele, primeiro em eventos. Depois, gostou da companhia, travou algum conhecimento com o Vaccari, mas nada ilícito".

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