sábado, 7 de março de 2015

Algumas das acusações que embasaram pedidos de abertura de inquérito

Algumas das acusações que embasam os pedidos de abertura de inquérito, segundo levantamentos da Folha.

Palocci e a campanha eleitoral de Dilma em 2010
Palocci está entre os 50 da lista divulgada pelo STF (Superior Tribunal Federal) na noite desta sexta-feira (6), que traz os nomes de políticos envolvidos em inquéritos referentes à operação. O pedido de inquérito contra o ex-ministro foi remetido para a primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, já que Palocci, que era coordenador da campanha de Dilma de 2010 e depois seu ministro da Casa Civil, não tem foro privilegiado. “O Procurador-Geral da República requer a remessa do expediente à 13ª Vara Federal de Curitiba para que seja em mais detalhes apurada a conduta eventualmente praticada por Antônio Palocci”, diz a petição. O ex-ministro Antonio Palocci Filho se prepara para votar em seção do colégio Otoniel Mota, em Ribeirão Preto O nome de Dilma foi citado em um dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público. Ele contou que foi procurado pelo doleiro Alberto Youssef em 2010. Na ocasião, segundo Costa, Youssef disse ter recebido um pedido de Palocci para que fossem doados R$ 2 milhões do caixa do PP, abastecido com recursos desviados da Petrobras, à campanha de Dilma. Costa admitiu ter autorizado a contribuição e relatou que, posteriormente, Youssef confirmou que repassou à quantia solicitada. Não esclareceu, no entanto, se o pedido foi feito por Palocci ou por um algum assessor dele. (aqui)
Outro mensalão
“Segundo os depoimentos, os agentes políticos responsáveis pela indicação de Paulo Roberto Costa para Diretoria de Abastecimento da Petrobras recebiam, mensalmente, um percentual do valor de cada contrato firmado pela diretoria, outra parte era destinada a integrantes do PT responsáveis pela indicação de Renato Duque para Diretoria de Serviços” (aqui).
Renan Calheiros
O pagamento de propina das obras da Petrobras para o PMDB foi decidido numa reunião envolvendo caciques do PMDB na casa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), atualmente presidente do Senado. A acusação foi feita por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras num de seus depoimentos para os procuradores da Operação Lava Jato. Esse depoimento foi base para a abertura de um dos inquéritos que investiga o presidente do Senado juntamente com o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE). Os dois são acusados de corrupção e formação de quadrilha. Calheiros divulgou nota oficial em que diz que suas relações com o poder público nunca “ultrapassaram os limites institucionais”. O peemedebista afirma ainda que nunca autorizou o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) a falar em seu nome. O peemedebista disse que o processo de investigação é o único “instrumento capaz de comprovar” que ele não tem envolvimento no esquema. (aqui)
Eduardo Cunha
O doleiro Alberto Youssef vinculou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao suposto recebimento de propinas pagas ao PMDB pelo executivo Julio Camargo em torno de contratos fechados na diretoria internacional da Petrobras para fornecimento de navios-sondas à estatal do petróleo. A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro relator dos casos derivados da Operação Lava Jato no STF, Teori Zavascki, determinou a abertura de inquérito para investigar o presidente da Câmara. Segundo o depoimento prestado em outubro passado no acordo de delação premiada, cujo conteúdo foi divulgado nesta sexta-feira (6), Youssef afirmou que os pagamentos de Julio Camargo para Eduardo Cunha eram feitos por meio do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, que “representava” Cunha, segundo o doleiro, e também “representava ao PMDB no âmbito da Petrobras, isto é, era o operador do PMDB” tanto quanto o próprio Youssef era “o operador do PP”. (aqui)
Roseana Sarney
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter repassado R$ 2 milhões em 2010 e R$ 1 milhão em 2008 à ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Segundo Costa, os dois pagamentos ilícitos foram solicitados pelo ex-ministro das Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff, Edson Lobão. No primeiro depoimento sobre o pagamento de R$ 2 milhões a Roseana, Costa afirmou que Lobão fez o pedido em seu gabinete no ministério. Ele disse também que esteve com Roseana no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense, e que a governadora tratou da propina em uma reunião entre os dois “de forma rápida”. Ainda segundo Costa, a propina tinha relação com a refinaria Premium 1, que a Petrobras estava construindo no Maranhão, mas decidiu paralisar a obra no último mês. Em um novo depoimento, o relato aparece recheado de dúvidas. O ex-diretor da Petrobras disse não se recordar se a reunião com Lobão haviam ocorrido na casa do ministro ou no ministério. Ele cita que os repasses foram feitos pelo doleiro Alberto Youssef, que não confirma nenhum dos pagamentos a Roseana. (aqui)
Edison Lobão
Um dos executivos da empreiteira Camargo Corrêa que passou a colaborar com as investigações da Operação Lava Jato disse a procuradores que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) pediu e recebeu cerca de R$ 10 milhões de propina da empresa em 2011, quando ela foi contratada para participar da construção da usina de Belo Monte. À época, Lobão era ministro das Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff. O nome do então ministro já havia sido citado nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Youssef dizia na carceragem da PF em Curitiba que Lobão era o “chefe” do esquema de desvios na Petrobras, segundo advogados ouvidos pela Folha. O advogado do ex-ministro, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que “palavra de delator tem credibilidade zero” e que irá esperar as provas. O executivo da Camargo, Dalton Avancini, fez o relato sobre a suposta propina paga a Lobão durante as negociações com procuradores para o acordo de delação. Ele também citou que houve tratativa sobre suborno na contratação da Camargo para fazer a usina atômica Angra 3. (aqui)
Antonio Anastasia
O nome do congressista foi citado em novembro, no depoimento do policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca. Ele era encarregado de transportar valores a mando de Youssef e afirmou ter levado a quantia para uma pessoa em em Belo Horizonte (MG). Na ocasião, os investigadores apresentaram-lhe uma foto de Anastasia, perguntando se a imagem era do destinatário dos recursos. Careca afirmou que “era parecido”. O policial federal disse também que, posteriormente, constatou que “o candidato que ganhou a eleição em Minas era a pessoa para quem levei o dinheiro”, conforme trecho de seu depoimento. Youssef, quando ouvido pela força-tarefa da Lava Jato, confirmou ter enviado valores para Belo Horizonte. Não soube dizer, porém, quem seria o beneficiário. Anastasia disse, via assessoria, que só se manifestará após seu advogado analisar o inquérito (aqui)
Por Reinaldo Azevedo

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