sexta-feira, 20 de março de 2015

Antes de defender Dilma em Goiás, o governador criticou a presidente em São Paulo

Ao fazer uma defesa enfática da presidente Dilma Rousseff (PT) na quinta-feira (19), o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, disse o seguinte: “Nunca ninguém ouviu aqui em Goiás uma palavra minha que não fosse de respeito e de reconhecimento ao trabalho de Vossa Excelência”. Em Goiás não, mas em São Paulo… Há cerca de dez dias, Perillo participou de um evento promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso, onde economistas e tucanos discutiram a crise do atual governo. O goiano estava na plateia e, durante o evento, fez uma intervenção. Segundo ele, “governadores e prefeitos não aguentam mais”. “72% de tudo o que arrecada no país fica com o governo federal para formar superavit, pagar dívidas e outros compromissos, para a corrupção”, asseverou.

Perillo avaliou que o resultado da gestão de Dilma será “educativo” pois vai levar ao “fim da hegemonia do PT”. “É muito doloroso para nós, tucanos, termos perdido essa eleição. Mas eu acho que essa vitória do PT, com todos os desdobramentos que a gente vê hoje, vai significar o fim da hegemonia do PT. Não tenho dúvida sobre isso. Vai acabar sendo educativo”, afirmou. Na ocasião, o governador disse ainda que Dilma estava sofrendo o que chamou de “efeito bumerangue”. “Mentiram e agora vão ter que tomar as medidas.” O tucano afirmou esperar que as manifestações do último dia 15 dessem uma “resposta” à gestão Dilma. “E a resposta virá no dia 15 e, certamente, virá dois meses depois. A situação vai se agravar cada vez mais porque as pessoas perderam a paciência”, afirmou.
Diante da petista, no entanto, em evento em Goiânia nesta quinta, Perillo fez um discurso diferente. “É dispensável dizer que recebi muitos conselhos, presidenta, para não estar aqui”, declarou, ao assumir o microfone. “Venho como governador legitimamente reeleito do Estado de Goiás para receber uma presidente da República que foi legitimamente reeleita e que tem o meu apoio à sua governabilidade.”
“O Brasil não pode ser vítima da intolerância, do desrespeito. Não pode ser vítima de minorias que não querem uma democracia onde o republicanismo possa prevalecer”, continuou o governador. Por fim, Perillo disse que, em muitos momentos, precisou de “coragem” para defender Dilma diante dos tucanos. “Sou de um outro partido, que às vezes faz oposição à senhora, mas eu não. Nunca ninguém ouviu aqui em Goiás uma palavra minha que não fosse de respeito e de reconhecimento ao trabalho de Vossa Excelência”, garantiu.

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