quinta-feira, 26 de março de 2015

Após demissão de Traumann, o PT quer emplacar aliado na Secretaria de Comunicação da Presidência da República

O PT se mobiliza para ocupar a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República após o jornalista petista Thomas Traumann ter sido demitido do ministério nesta quarta-feira (25). Por trás da movimentação está o interesse no controle direto de uma verba publicitária próxima a R$ 200 milhões ao ano. A presidente Dilma Rousseff ainda busca um substituto para o comando da pasta, mas pretende manter os gastos com órgãos de mídia sob a guarda da Secom, secretaria que tem status de ministério e também cuida da relação do governo com a imprensa e de sua comunicação interna e externa. O PT defende que os veículos ideologicamente identificados com a legenda recebam mais recursos federais em detrimento dos órgãos tradicionais de imprensa. A demissão do petista Traumann foi precipitada pelo vazamento de um texto no qual ele afirma que a política de comunicação do governo era "errada e errática". Nele, também constatava o "caos político" vivido pelo Palácio do Planalto. E recomendava atitudes criminosas na aplicação de recursos públicos para a promoção pessoal, por meio de blogs sujos, petralhas. Ministro desde 3 de fevereiro de 2014, Traumann havia pedido demissão em novembro por razões pessoais, mas seguiu no posto a pedido da presidente Dilma. O vazamento do conteúdo interno motivou a convocação para Traumann explicar, no Congresso, declarações feitas no documento enviado a ministros e petistas. O texto diz que, após a campanha eleitoral do ano passado, "robôs" usados para multiplicar, artificialmente, mensagens nas redes sociais foram desligados do lado petista e mantidos em funcionamento pelos adversários do PSDB.


Dilma não decidiu se optará por um político petista ou se nomeará um "jornalista de peso" para o cargo. O ministro "aloprado" Aloizio Mercadante (Casa Civil) quer um político. O deputado petista Alessandro Molon (RJ) chegou a ser citado nos últimos dias como possível ministro. Após a saída de Traumann, porém, seu nome passou a ser "fritado" pelos próprios correligionários. Colegas afirmam que ele é da corrente petista minoritária denominada "Mensagem", já representada na Esplanada. O presidente da sigla, Rui Falcão, nega qualquer disputa com a corrente majoritária do partido, denominada "Construindo um Novo Brasil", e afirma que a escolha será da presidente. "O que nós temos interesse é por uma política de comunicação que garanta pluralidade, que amplie a liberdade de expressão e que combata o pensamento único na mídia", afirmou o presidente do PT, eterno defensor de censura na imprensa. Inicialmente, petistas queriam transferir o controle da verba publicitária para o Ministério das Comunicações, comandado pelo "aloprado" petista Ricardo Berzoini (PT-SP). O ministro é responsável por conduzir o polêmico debate sobre a regulação da mídia, bandeira do PT. Um dos pontos dessa reforma é o fim da propriedade cruzada, com os grupos de mídia ficando impedidos de possuir, ao mesmo tempo, TV, jornal impresso e rádio. É o modelito do Foro de São Paulo, já aplicado na Argentina. 

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