sexta-feira, 13 de março de 2015

As falas irresponsáveis dos petistas e o “medo do confronto de rua”.

Leio na Folha que o governo teme que haja confrontos nas ruas nesta sexta-feira. Entidades paragovernamentais como MST, CUT e UNE marcaram manifestações em 23 Estados em defesa do, deixem-me ver como escrever, statu quo. Elas estão no poder e enxergam nas manifestações marcadas para o dia 15 uma ameaça à sua hegemonia. E qual a razão do temor? Eventuais escaramuças serviriam de combustível adicional para o protesto do dia 15. Tomara que não aconteça nada de excepcional nesta sexta. Os petistas — incluindo o Palácio do Planalto — serão os principais responsáveis por eventuais escaramuças. Já chego lá.

Oficialmente, os manifestantes pró-governo vão marchar em defesa da Petrobras. Que pena que eles não tenham conseguido, no passado, defendê-la dos ladrões que foram postos lá pelo petismo, não é? O que querem mesmo é criar uma rede de proteção para Dilma, o que se mostra a cada dia mais difícil. A presidente iria, por exemplo, nesta sexta a Belo Horizonte. Desistiu da viagem para ficar longe das vaias. Volto ao ponto.
Apostam na violência os que insistem em acusar os organizadores e apoiadores da manifestação de domingo de incitadores do ódio. Apostam na violência os que chamam de golpe uma mera petição ao poder público — impeachment ou qualquer outra coisa. Apostam na violência os que tentam deslegitimar os que protestam, pespegando-lhes a pecha de “elitistas” e de “reacionários”. Apostam na violência os que reivindicam para si o monopólio da representação popular e não reconhecem como legítimas forças que não formem com suas fileiras. A propósito: a única manifestação violenta nessa fase de declínio do PT e de Dilma foi protagonizada por brutamontes à porta da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Apostam na violência aqueles que convocam exércitos, ou que prometem botá-los na rua, para combater adversários políticos, a exemplo do que fizeram, respectivamente, Luiz Inácio Lula da Silva e João Pedro Stedile.
Pepe Vargas, este inefável ministro das Relações Institucionais, espalha por aí que sente cheiro da “elite golpista”… Ah, entendo! Elite progressista era aquela parceria entre petistas e empreiteiras, não é mesmo?, para o bem geral do… partido!
Num vídeo meio esquizofrênico, Rui Falcão, presidente do PT, defende o direito à livre manifestação (que bom que ele respeita a Constituição!), desde que, segundo diz, não se atinja a autoridade constituída. Ah…  Collor, em 1992, era autoridade constituída, pois não? E o PT foi pra rua. Parece que Rui Falcão tem a ambição de ditar a pauta da oposição. Compreendo: definir a do PT deve estar um inferno.
Ah, sim: repetindo Lula, Falcão afirmou que os petistas não devem “abaixar a cabeça”. Entendo! É preciso, no entanto, um motivo para erguê-la, não é? Qual o presidente do PT oferece? Essa gente, definitivamente, perdeu o eixo e o que lhe restava de juízo. Por Reinaldo Azevedo

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