quarta-feira, 25 de março de 2015

Funcef suspende aporte de R$ 200 milhões no grupo OAS


O fundo de pensão dos funcionários da Caixa (Funcef) suspendeu o aporte de 200 milhões de reais que deveria ter feito até março na OAS Empreendimentos, empresa do ramo imobiliário do grupo OAS, envolvido na Operação Lava Jato. O atraso no aporte complica ainda mais a situação financeira do grupo, que está sem crédito nos bancos e em via de pedir recuperação judicial para tentar evitar a falência. O grupo deve ao todo 8 bilhões de reais. A Funcef já fez um empréstimo de 200 milhões de reais na empresa por meio de um fundo de participações que controla a OAS Empreendimentos. O primeiro aporte foi feito no início do ano passado e a fundação se comprometeu contratualmente a aplicar outros 200 milhões de reais, em janeiro deste ano, prazo que foi estendido até 18 de março. O fundo de pensão, entretanto, não fez o investimento. Em nota, informou que o aporte da segunda parcela está sob análise "em vista de alterações na conjuntura que impactaram o plano de negócios do empreendimento". A OAS informou, também em nota, que está em negociações com a fundação. Segundo uma fonte próxima ao grupo, a decisão foi tomada por causa da Lava Jato e o temor da administração em como os investimentos feitos pelo fundo poderiam ser questionados. Além da OAS Empreendimentos, a Funcef tem ligação direta com a Sete Brasil, empresa criada para gerenciar a contratação de sondas do pré-sal para a Petrobras e que foi implicada na operação. Somente a Funcef tem cerca de 1,2 bilhão de reais aportados no fundo Sondas, principal acionista da Sete. A OAS Empreendimentos atua em quatro Estados e no Distrito Federal, segundo o último informe anual publicado pela empresa, de 2013. De 2007 a 2013, a empresa lançou cerca de 12 mil unidades com valor geral de vendas de quase 4 bilhões de reais.

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