quarta-feira, 11 de março de 2015

Jihadista que aparece em vídeo do EI tem ligação com terrorista que atacou escola judaica


O homem que aparece falando francês em um vídeo do Estado Islâmico divulgado na terça-feira é um terrorista islâmico da região de Toulouse, meio irmão de Mohamed Merah, terrorista que matou três soldados franceses desarmados, um rabino e três crianças em uma escola judaica francesa, em 2012. O jihadista foi identificado pelo jornal Libération como Sabri Essid, de 31 anos. No vídeo de mais de 10 minutos, ele aparece ao lado de uma criança, responsável por tirar a vida de um homem acusado de ser um espião israelense. O menino pode ser um enteado de Essid de 12 anos de idade. Nas imagens, Essid faz ameaças a Israel e menciona o ataque de Amedy Coulibaly contra um supermercado kosher em Paris, em janeiro, que resultou na morte de quatro reféns. A última aparição pública de Essid remonta a 29 de março de 2012, no enterro de Merah - a polícia cercou o apartamento do terrorista durante 32 horas antes de invadir o local; Merah ainda conseguiu ferir a tiros dois oficiais antes de se jogar de uma janela. Antes de cair, foi baleado na cabeça por um policial posicionado do lado de fora. Essid era muito ligado a Merah e tornou-se seu meio-irmão depois do casamento de seu pai, Mohamed Essid, com a mãe de Merah. Depois da morte do terrorista, ele manteve contato com a irmã mais velha de Merah, Souad, e sua mãe, informou o Libération. Essid aparece nos radares policiais desde 2002. Ele pertencia a um grupo de islâmicos reunidos em torno de Olivier Corel, originário da Síria e fundador de uma comunidade de ensino religioso em Ariège, na região dos Pirineus, sudoeste da França. Um dos mais assíduos, Essid se encarregava do proselitismo em Toulouse, difundindo textos sobre a interpretação do Corão. O jornal francês relata que, em 2004, ele deixa de frequentar as mesquitas, por considerá-las moderadas demais. No ano seguinte, é citado no caso de uma correspondência anônima que o acusa de preparar um atentado contra o consulado dos Estados Unidos em Lyon e contra dois supermercados em Toulouse. Em 2006, ele escapa à vigilância policial, viaja para a Síria e planeja ir ao Iraque para se unir aos jihadistas contra os Estados Unidos, mas acaba sendo interpelado pelo serviço sírio em uma casa na região de fronteira e é enviado de volta para a França. Em Paris, foi indiciado por "associação criminosa em relação com empreitada terrorista" e preso. Julgado em 2009 junto com outros terroristas, Essid é condenado a quatro anos de prisão. Ao deixar a cadeia, passa a trabalhar como operador de guindastes. Os membros do grupo islâmico voltam à cena exatamente em 2012, ano dos atentados de Merah. Conforme as fontes consultadas pelo jornal francês, a vigilância policial é mantida, mas não impede uma nova viagem à Síria entre março e abril de 2014. Cerca de duas dezenas viajaram ao Oriente Médio. Suspeita-se que Essid e seus comparsas continuem a recrutar jihadistas na região de Toulouse.

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