segunda-feira, 16 de março de 2015

No dia seguinte a protesto, Dilma reúne Temer e nove ministros


No dia seguinte ao maior protesto popular da história democrática do País, a presidente Dilma Rousseff reuniu nesta segunda-feira os ministros responsáveis pela articulação política do Planalto: além do vice-presidente Michel Temer (PMDB), participaram do encontro os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), da Defesa, Jaques Wagner (PT), das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB), da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto (PT), e de Relações Institucionais, Pepe Vargas (PT). Giles Azevedo, um dos assessores mais próximos da presidente, também esteve presente. Ou seja, ela reuniu o que chama de seu atual comando político. Ao menos 1,8 milhão de pessoas tomaram praças e percorreram avenidas para protestar contra o governo Dilma e o PT, segundo estimativas das Polícias Militares nos Estados. O número, contudo, não leva em conta manifestações realizadas no Interior, que podem elevar significativamente o total.




No domingo, Dilma passou o dia trancada no Palácio da Alvorada. Convocou um gabinete de crise para monitorar as passeatas e escalou os ministros Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, para se pronunciar em nome do governo. A fala teve início por volta das 18h45. Na contramão de uma postagem feita durante a tarde nas contas de redes sociais de seu ministério, que afirmava que o "discurso de ódio fere a democracia e não gera mudanças", Cardozo disse que as passeatas foram "legítimas, democráticas e com respeito às autoridades". Questionado sobre a postagem na entrevista coletiva, o ministro disse que deu ordem para que ela fosse retirada do ar. Como remédio contra a indignação, contudo, ele apresentou tão somente velhas promessas e ambições petistas: o envio de um pacote anticorrupção ao Congresso e a realização de uma reforma política que, ele explicitou, deve proibir as doações de empresas. O trotskista Rossetto, integrante de uma ala mais radical do PT, adotou um tom agressivo, para afirmar que a discussão de um processo de impeachment "não deve ser tolerada".

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