segunda-feira, 27 de abril de 2015

A gráfica fantasma esconde fraude na campanha de Dilma

Os leitores do Antagonista são rápidos. Enquanto verificávamos o histórico da gráfica VTPB na Junta Comercial de São Paulo, muitos já nos enviavam informações na área de comentários. Obrigado a todos. O histórico da VTPB é curioso. Ela foi aberta em 21 de julho de 2008, com sede na Avenida Ipiranga, 1071, conjunto 206, no centro de São Paulo. O objeto social era "Comércio varejista de jornais e revistas. Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação." O nome popular para isso é banca de jornais. Os titulares da empresa eram Beckembauer Rivelino de Alencar Braga (domiciliado em Campo Belo, Minas Gerais), e Muller de Alencar Castro Braga (domiciliado em São Paulo, Capital, na rua Dona Ana Barros, 320, Bloco A, apto. 73, Jardim Sônia). O capital de 50 000 reais era dividido meio a meio. Em 4 de junho de 2009, Muller retira-se da sociedade e entra no seu lugar Wilker Correa Almeida -- que, atenção, fornece o mesmíssimo endereço de domicílio de Muller. Em 9 de novembro de 2011, houve uma redistribuição de capital. Beckembauer passa a contar com 49 500 reais. Ou seja, torna-se praticamente o único dono da VTPB. Pouco antes do início da segunda campanha de Dilma Rousseff, em 25 de julho de 2014, houve uma alteração da atividade econômica da empresa. No objeto social, a VTPB passou a incluir "Sede para impressão de material para uso publicitário, edição integrada à impressão de cadastros, listas e outros produtos gráficos." O nome popular disso é material de campanha eleitoral. A sede foi mudada para a rua Atílio Piffer, 29, Casa Verde, São Paulo. Endereço, por assim dizer, mais adequado para uma gráfica do que a Avenida Ipiranga. O objeto social da VTPB foi mudado em 25 de julho de 2014, a fim de poder emitir notas fiscais de serviços de impressão de folhetos e coisas que tais. No dia 14 de agosto de 2014, apenas 19 dias depois da alteração do objeto social, a VTPB emitiu a primeira nota para a campanha de Dilma Rousseff, no valor de 148 000 reais. Só naquele mês, foram emitidas mais oito. No total, foram 2.104.931 reais. O Antagonista só sabe de uma pessoa com esse nome: o irmão do jornalista Kennedy Alencar.

Nenhum comentário: