segunda-feira, 13 de abril de 2015

Agência de risco Fitch ameaça rebaixar avaliação de bancos brasileiros

Após colocar na semana passada em revisão a avaliação do Brasil, a agência Fitch de classificação de risco decidiu colocar também em observação para possível rebaixamentos as notas de várias instituições financeiras brasileiras, que tem como referência a avaliação do País. Mais cedo, a a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) afirmou que poderá cortar em duas ou três semanas as notas de risco da Vale e de outras sete mineradores, por conta da redução dos preços estimados para o minério de ferro neste e nos próximos anos. A avaliação da Fitch reflete ainda o cenário negativo projetado para o setor bancário devido às condições desfavoráveis no crédito e na economia. Também podem perder a avaliação atual os bancos que têm uma classificação igual ou superior ao do Brasil. Isso porque a agência considera sua viabilidade de rating relacionada ao do País. Nessa categoria estão os bancos Bradesco, Itaú Unibanco Holding e Safra. Finalmente, poderão ter suas notas rebaixadas subsidiárias locais de instituições financeiras estrangeiras que tenham uma avaliação igual ou superior à do Brasil. Nesse caso, estão Societe Generale Brasil, Cacique, Santander Brasil e Santander Leasing. Também serão afetados bancos que tenham "suporte institucional" do governo - caso de Banco Votarantim. A S&P reduziu sua expectativa de preço médio do minério de ferro de agora até o fim do ano para US$ 45,00 por tonelada, ante expectativa anterior de US$ 65,00 por tonelada. Com isso, durante as próximas semanas a agência de risco vai avaliar com mais detalhes os planos das empresas para lidar com o impacto negativo da queda dos preços do minério nos fluxos de caixa, disse a empresa em comunicado. Dentre as outras empresas que tiveram sua nota de risco colocada em observação negativa pela S&P estão as concorrentes de peso Tinto e BHP Billiton, que ao mesmo tempo que colaboram com o excesso de oferta, sentem os efeitos negativos da queda dos preços na receita de venda do minério. Para 2016, a agência revisou a estimativa para US$ 50,00 por tonelada, ante US$ 65,00 na previsão anterior, e para 2017 acredita que a média seja de US$ 55,00 por tonelada, ante US$ 70,00 em sua última expectativa. A revisão foi motivada, segundo a S&P, pela permanência da forte expansão da oferta de minério no mercado internacional, o ritmo menor que o esperado da saída dos produtores de alto custo e o crescimento mais lento da economia chinesa.

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