quarta-feira, 8 de abril de 2015

AS ARTICULAÇÕES DA MAFIA DO LIXO GAÚCHA (15)

A investigação da Máfia do Lixo gaúcha foi aberta no dia 2 de julho de 2014, com o depoimento do vereador Dilamar de Souza Soares (do PMDB - a administração municipal é do mesmo partido). Nesse dia, com o Ministério Público de contas do Tribunal de Congtas do Estado do Rio Grande do Sul transformado em delegacia de polícia do Ministério Público do Estado, ele deu o seguinte depoimento, registrado na página 32 do processo: "TERMO DE DECLARAÇÃO - Declarante: Dilamar de Souza Soares, Vereador no município de Gravataí, CIC xxxxxx, residente e domiciliado na xxxxxx, Gravataí, RS. Aos dois dias do mês de julho do ano de dois mil e quatorze, às 16h30min (dezesseis horas e trinta minutos), no Gabinete do Procurador-Geral do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas do Estado, na Avenida Sete de Setembro, 388, em Porto Alegre, estando presentes o Procurador-Geral Geraldo Costa da Camino, o Dr. Ricardo Herbstrith, Promotor de Justiça, e o Chefe de Gabinete do MPC Roberto Carlos Sasso Ponsi, compareceu o declarante acima qualidade, de forma espontânea, para declarar o que segue: 1) Que o declarante comparece espontaneamente com o intuito de prestar declarações sobre fatos em relação aos quais passa a ser inquirido, solicitando seja sua identidade, por ora, mantida em caráter reservado; 2) Que no final do mês de junho do corrente ano efetuou pronunciamento na tribuna da Câmara dos Vereadores de Gravataí suscitando dúvidas quanto aos sucessivos contratos firmados pela municipalidade com a empresa Mecanicapina e o sobre o valor de R$ 28 milhões que estaria sendo cobrado; 2) Que logo depois foi procurado pelo proprietário da referida empresa, que efetuou ligações insistentemente para o seu gabinete, tendo recebido o Sr. Claudiar Kras Borges em audiência em seu gabinete. Na oportunidade o Senhor Claudiar teria destacado a lisura de seus negócios e que estaria disposto a colaborar com o que fosse necessário, salientando que "sabe ser parceiro"; 4) Que noutra oportunidade, em conversa com o Dr. Benício, advogado da empresa Mecanicapina, este teria referido que o Vereador Carlitos teria solicitado à empresa a quantia de R$ 30 mil, o qual se prestaria para "resolver um assunto pendente no Tribunal de Contas"; 5) Que na referida conversa com o Senhor Claudiar indagou-lhe sobre a suposta quantia de R$ 30 mil ao que teria respondido o Sr. Claudiar que de nada adiantara aquele pagamento; 6) Que oportunamente apresentará documentos relacionados aos fatos relatados; 7) Que se dispõe a retornar no caso de haver necessidade de complementar os esclarecimentos, bem como juntar documentos". Como se vê, o processo iniciou por uma porta lateral bem distante do litoral.

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