quarta-feira, 8 de abril de 2015

AS ARTICULAÇÕES DA MAFIA DO LIXO GAÚCHA (12)

Outra empresa denunciada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul no processo de investigação da Máfia do Lixo, que envolve mais de 200 prefeituras, é a Mecanicapina Limpeza Urbana Ltda, que tem CNPJ 02207800000103. Essa é considerada uma empresa de grande porte, com capital social de 40 milhões de reais, atuação em vários Estados. Ela tem sede na Alameda Três de Outubro, nº 630, sala 1, no bairro Sarandi, em Porto Alegre. A empresa declara, em seu próprio site, que tem os seguintes contratos: "A empresa possui aproximadamente 60 contratos em vigor com diversos clientes, podendo-se destacar como principais os que segue: GRUPO VEGA ENGENHARIA AMBIENTAL, GRUPO REVITA ENGENHARIA SA (Vega e Revita são empresas do Grupo Solvi), COMLURB- CIA MUNICIPAL DE LIMPEZA DO RJ, PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE - SMAM, PREFEITURA MUNICIPAL DE GRAVATAI-RS, PREFEITURA MUNICIPAL DE VIAMAO, PREFEITURA MUNICIPAL BLUMENAU, PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS, CONSORCIO GAUCHO DE INFRAESTRUTURA e PREFEITURA MUNICIPAL DE ALVORADA. No site, a empresa esconde que faz a coleta do lixo de Porto Alegre e de Lajeado por meio de contratos emergenciais, sem licitação, o que também acontece em Canoas. A Mecanicapina e W. K. Borges (ambas dos mesmos proprietários) reconhecem que têm ligação umbilical, contratual, com a Vega e Revita (as duas são empresas do Grupo Solvi, e deixaram recentemente contratos com as prefeituras de Porto Alegre e Canoas em benefício do Grupo Solvi). O proprietário da Mecanicapina e W. K. Borges, Claudiar Eugênio Kras Borges, está preso na Penitenciária de Osório. Os proprietários da Mecanicapina são os seguintes: Antonio da Silva Mota Filho, Zélia Kras Borges Mota, Plasio Teobaldo Kras Borges, Marcos Kras Borges e Claudiar Eugênio Kras Borges. Pessoas que depuseram no processo e que pediram para ficar anônimas, com medo de represálias fatais da parte da Máfia do Lixo gaúcha, declararam que, ao ter sua empresa atacada na Câmara Municipal de Gravataí, devido às suspeitas e sucessivas renovações de contrato emergencial com a prefeitura local, Claudiar Kras Borges teria procurado as autoridades de Gravataí para dizer que sua empresa "sabia ser parceira". A decodificação do significado da expressão é bastante fácil.

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