quinta-feira, 23 de abril de 2015

Balanço da Petrobras com R$ 6 bilhões em propina frustra empreiteiras e ala do governo

Empreiteiras e setores do governo acalentavam a esperança de que o balanço da Petrobras de 2014, finalmente divulgado nesta quarta-feira, não computasse explicitamente perdas com corrupção uma vez que o ex-diretor Paulo Roberto Costa disse que não houve superfaturamento em contratos. Mas, desde que assumiu, Aldemir Bendine já sabia que a PwC, que audita as contas, não aceitaria valor abaixo de R$ 5 bilhões — cifra que já havia sido ventilada por Graça Foster, e recusada. Em dezembro, a gestão Graça havia proposto um valor de R$ 4 bilhões, que foi recusado. A diretoria subiu para R$ 5 bilhões, também rejeitados. Quando assumiu, Bendine ouviu dos auditores que Graça e sua equipe estavam perdidos, dispostos a entregar qualquer número só para ter certificação. O novo presidente da Petrobras, então, enviou o vice-presidente financeiro, Ivan Monteiro, aos EUA para conversar com a equipe da PwC e tentar fechar um método de aferição do prejuízo. Outro susto no mercado e no governo foi o valor do impairment (reconhecimento contábil de que os ativos valem menos do que anteriormente calculado), de R$ 44 bilhões. A expectativa era de um número menor.

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