terça-feira, 14 de abril de 2015

Casa Branca oficializa retirada de Cuba da lista de financiadores do terror


A Casa Branca oficializou nesta terça-feira que o presidente americano, o muçulmano Barack Obama, removerá Cuba da lista de países que financiam o terrorismo, embora Cuba seja uma grande exportadora de terrorismo e base de operação mundial de narcotraficantes, especialmente colombianos e venezuelanos. O democrata muçulmano aprovou uma recomendação do Departamento de Estado e a encaminhou para o Congresso. O Legislativo terá 45 dias para revisar a decisão de Obama, mas, de acordo com o jornal The Washington Post, só poderá interferir na decisão do presidente se votar um projeto de lei separado, algo que a Casa Branca considera improvável. A decisão representa um avanço substancial para a reaproximação diplomática entre as nações, acordada em dezembro após meses de negociações secretas mediadas pelo Vaticano. A expectativa inicial era de que o muçulmano Obama anunciasse a remoção durante sua participação na Cúpula das Américas, no Panamá. A previsão acabou não se concretizando. Mas o presidente americano fez uma reunião com o ditador cubano, Raúl Castro, durante o evento. A reunião bilateral foi a primeira entre os chefes de Estado dos países em mais de 50 anos. Segundo a Casa Branca, o muçulmano Obama tomou a decisão de desclassificar Cuba como regime financiador do terror após o Departamento de Estado avaliar que a ilha não forneceu ajuda a grupos extremistas nos últimos seis meses e que há garantias de que também não o fará no futuro. O jornal The New York Times reporta que o Departamento de Estado revisou minuciosamente o projeto encaminhado a Obama para evitar qualquer questionamento vindo do Congresso, cuja maioria é republicana. Mesmo com a decisão do presidente, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, reforçou que os Estados Unidos continuarão "tendo diferenças com o governo de Cuba". Durante o comunicado, Earnest assegurou que Obama também seguirá "apoiando os interesses e valores americanos durante o seu compromisso com o governo e a população de Cuba". Com a retirada de Cuba, a relação do Departamento de Estado aponta o Irã, Sudão e Síria como únicos patrocinadores de grupos terroristas no mundo. O anúncio de Obama era considerado vital porque, sem ele, sanções automáticas contra a ilha continuariam em vigor. Além de não haver a possibilidade de concretizar a abertura de embaixadas em Washington e Havana, a classificação restringia o acesso do governo ao mercado financeiro. O país figurava na lista desde 1982, quando a Casa Branca acusou a ditadura castrista de "promover a revolução armada por meio de organizações que utilizavam o terrorismo".

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