sexta-feira, 10 de abril de 2015

Citada em escândalo, nora pede desculpas à presidente comunista Michelle Bachelet


A nora da presidente chilena Michelle Bachelet, Natalia Compagnon, comentou pela primeira vez publicamente o escândalo de corrupção em que se envolveu no ano de 2013, juntamente com o marido. "Peço desculpas, especialmente para a minha sogra", disse a cientista política casada com Sebastián Dávalos Bachelet, primogênito da chefe de estado. Dois dias depois de ter prestado depoimento aos promotores responsáveis pelo caso, Compagnon pediu perdão a todos que "direta ou indiretamente tenham sido lesados por esse processo" e garantiu que Bachelet nunca soube do esquema. "Eu nunca a informei a presidente sobre os meus negócios", declarou ao jornal chileno La Segunda. Uma das principais incógnitas encontradas pelos promotores que investigam o caso é se a presidente, na época candidata, sabia das transições realizadas por seu filho e a esposa. O casal é citado em um esquema de corrupção envolvendo irregularidades em um milionário negócio imobiliário. Dávalos e Natalia teriam adquirido terrenos na região de O'Higgins, no centro do país, com um empréstimo facilitado pelo dono de um dos maiores bancos do Chile, e depois vendido as propriedades por um valor maior. O empréstimo para a compra dos terrenos foi aprovado um dia depois de Bachelet vencer o segundo turno das eleições presidenciais, em 15 de dezembro de 2013. Dávalos trabalhava então na Caval, a companhia que recebeu o dinheiro. Compagnon afirmou que a relação com sua sogra não foi afetada pelo escândalo, e que o negócio de compra e venda de terrenos "foi realizado em termos legais". Disse também se sentir "um pouco discriminada", pois acredita que se o processo tivesse acontecido com outras pessoas, que não travassem relações com a presidente, tudo teria se desenvolvido de forma tranquila. Michelle Bachelet afirmou em fevereiro que só tomou conhecimento do esquema por meio da imprensa e na quarta-feira disse que não teve envolvimento com os negócios do filho. Após a eclosão do escândalo, Bachelet viu sua popularidade despencar: a aprovação de seu governo caiu para o pior nível desde o início de seu segundo mandato.

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