sexta-feira, 17 de abril de 2015

Com demanda menor da Petrobras, empresas de táxi aéreo demitem

A demanda da Petrobras por helicópteros que atendem campos de petróleo está frustrando expectativas de empresas de táxi aéreo, que já demitiram quase 140 tripulantes entre meados de 2014 e março deste ano, uma mostra de como programas de corte de custos da estatal têm afetado os mais diversos setores da economia. Com grande parte da produção de petróleo em alto-mar, o serviço de táxi aéreo é fundamental para a Petrobras transportar trabalhadores até as plataformas e navios-sonda, num momento em que a estatal mais do que nunca precisa ampliar a produção e desenvolver descobertas. "A crise para o setor aéreo pegou bem feio mesmo", afirmou o piloto de helicóptero Marcelo Quadrado, que trabalhava para uma empresa que prestava serviço para a Petrobras. Em um período de menos de um ano, foram 136 demissões de pilotos, segundo dados do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), uma situação que contrasta fortemente com a verificada quando a Petrobras avançou há alguns anos na exploração do pré-sal, quando havia uma menor relação de pilotos por vaga. Quadrado, que está desempregado há sete meses, ressaltou ainda que as atividades menos aquecidas de transporte para a indústria petrolífera acabam tendo um impacto global para o setor de táxi aéreo, já atingido pela economia mais fraca. "Quando o 'offshore' (no mar) fica ruim, o mercado executivo fica junto", destacou ele. Antes mesmo de perder o emprego, em outubro de 2014, Quadrado disse que suas horas de voo trabalhadas já vinham sendo reduzidas "drasticamente". Em 2014, ele disse ter trabalhado 340 horas, contra 750 durante todo o ano de 2013. Dados da Infraero apontam que houve uma queda do número de vôos que saíram do aeroporto de Campos dos Goytacazes e de Macaé (RJ) para áreas 'offshore' em janeiro deste ano, frente um ano antes, mas o número de passageiros transportados cresceu. "Isso quer dizer que houve uma diminuição no número de helicópteros, consequentemente do número de pilotos também... por isso as demissões", afirmou Bom, explicando que a companhia deve estar demandando helicópteros maiores, com maior capacidade de transporte. Em dezembro de 2014, segundo a Petrobras, as operadoras aéreas informaram que havia 735 tripulantes, entre pilotos e copilotos, trabalhando à serviço dela no transporte em helicópteros. Além disso, a empresa disse que foram realizadas um total de 112 mil horas de vôo ao longo de 2014.

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