domingo, 12 de abril de 2015

Datafolha 3 – Não há boa notícia para Dilma na pesquisa; expectativas dos brasileiros são extremamente negativas

Datafoloha Abril 2014
É bobagem os petistas tentarem forçar a mão. Não existem boas notícias para a presidente Dilma Rousseff na mais recente pesquisa Datafolha sobre a popularidade do seu governo e a percepção que têm os brasileiros da crise. A formulação de baixa voltagem da primeira linha da manchete da Folha deste domingo — “Reprovação a Dilma estaciona” não consegue compensar o desastre de opinião pública expresso na segunda: “maioria apoia o impeachment” (leia texto a respeito). O levantamento traz ainda uma péssima notícia adicional para o PT e para Lula: o prestígio do Babalorixá de Banânia também está indo para o ralo (leia post).
Sim, a reprovação estacionou, mas em que patamar? Há três semanas (16/17 de março), 62% consideravam seu governo “ruim ou péssimo”; agora, são 60% — uma variação dentro da margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. Os que o veem como regular passaram de 24% para 27%, e os mesmos 13% dizem que é “ótimo ou bom”. Não é possível, obviamente, ver aí um tendência de melhora. Até porque a avaliação de áreas da administração, que se traduz também nas expectativas da população, segue catastrófica.
Há três semanas, 77% diziam que a inflação iria aumentar; agora, são 78% — em linha, note-se, com a contínua elevação do índice. Os mesmos 6% afirmam que ela vai cair. Acham que a situação econômica do país vai piorar 58% dos entrevistados, contra 60% há três semanas. E oscilaram de 15% para 14% os que apostam que vai melhorar. O pessimismo com o desemprego, tudo indica, está em alta. Os que estão convictos de que a taxa vai aumentar passaram de 69% para 70%, e os que fazem fé de que vá diminuir oscilaram de 12% para 10% — percepção que também está em consonância com a realidade.
Corrupção
Datafolha abril problemas
Entre os problemas do país, a saúde segue sendo o principal. Em março de 2011, a “corrupção” não aparecia entre os cinco mais citados. Nas jornadas de junho, já ganhava o terceiro lugar, posição mantida em julho de 2014, nos protestos da Copa. Agora, está tecnicamente empatada com aquele que é o principal flagelo dos brasileiros. E isso ajuda a explicar o péssimo desempenho de Dilma na pesquisa.
A Petrobras segue a lhe pesar nos ombros. Nada menos de 83% acreditam que ela sabia, sim, das lambanças na Petrobras. Para 57%, sabia e nada fez, e 26% dizem que sabia, mas não tinha como evitá-la. Só 12% acreditam na ignorância específica da governanta.
A estatal deve publicar em breve seu balanço, e é possível que a empresa inicie uma tímida trajetória de recuperação — vai demorar muito até que entre nos eixos. Há aí para Dilma um fiapo de esperança. A questão é saber como a presidente vai, digamos, injetar um pouco de ânimo nos brasileiros. Afinal, até as pedras sabem que os efeitos do necessário ajuste recessivo ainda não se fizeram sentir em sua plenitude. E recessão nunca serviu para alavancar popularidade de governantes. Por Reinaldo Azevedo

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