quarta-feira, 1 de abril de 2015

Dilma afirma que viagem aos Estados Unidos será uma visita de trabalho, não de Estado

A presidente Dilma Rousseff afirmou na terça-feira (31) que não fará uma visita de Estado aos Estados Unidos, mas, sim, uma visita de trabalho, o que tem uma simbologia menor nas relações diplomáticas. Dilma explicou a mudança como uma questão de agenda. "Se eu fosse fazer uma visita de Estado, teria que ser em março do ano que vem, mas já seria um período eleitoral (início das primárias nos Estados Unidos). Então eu não vou fazer uma visita de Estado. Provavelmente eu vou fazer uma visita de governo ainda neste ano", afirmou. As negociações para a realização da viagem foram retomadas no fim do ano passado, quando o governo americano fez gestos de reaproximação diplomática com o Brasil depois que a visita inicialmente agendada foi cancelada por causa do vazamento dando conta de que os Estados Unidos haviam espionado a presidente brasileira e a Petrobras. Dilma minimizou o caso e disse que as revelações de espionagem não interromperam a relação comercial entre os dois países. "Quando aconteceu aquele problema com a NSA, nós não paramos o nosso relacionamento", disse em meio a uma explicação sobre os interesses comerciais do Brasil nos Estados Unidos. Dilma se encontrará com o presidente americano, Barack Obama, na próxima semana, durante a realização da Cúpula das Américas, que acontecerá em 10 e 11 de abril, no Panamá. Dilma confirmou que o encontro será em uma reunião bilateral. Apesar de minimizar a situação, Dilma exigirá de Obama a exclusão de seu nome da lista de líderes estrangeiros espionados pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, a NSA. Essa seria a condição para reagendar a visita de Estado a Washington, que ocorreria em outubro de 2013. Apesar do caso de espionagem, Dilma afirmou que o encontro com o colega americano será importante para a reafirmação da democracia no continente. Ela destacou ainda que, na agenda bilateral dos países, haverá discussão principalmente sobre a área de energia. A petista, no entanto, ressaltou que o mundo atual exige relações multilaterais dos países. "O Brasil tem relação histórica com os Estados Unidos. Mas, no mundo de hoje, precisamos buscar o multilateralismo, e não achamos que uma relação com um país se dá em detrimento do outro", disse. "É um gesto que eu acho simbólico para a América Latina. E por isso eu digo que me comoveu, porque ele rompe velhos preconceitos de lado a lado. E conduz a um outro caminho de possibilidades aqui na América Latina", completou.

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