segunda-feira, 13 de abril de 2015

Líder tucano "desenha" os motivos que fizeram Aécio não ir às manifestações.


O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, pretende criar um canal de diálogo para aproximação dos partidos de oposição ao governo federal com os principais movimentos que organizaram protestos neste domingo (12) pela saída da presidente Dilma Rousseff (PT).  Segundo o presidente estadual do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana, o tucano convidará neste mês os dirigentes de grupos como o Vem pra Rua e Movimento Brasil Livre para discutir suas reivindicações e questioná-los se há abertura para sua participação em futuros protestos. O candidato tucano derrotado na sucessão presidencial era esperado nas últimas duas manifestações contra o governo, mas, de última hora, decidiu não participar. A criação de uma relação com esses movimentos contrários ao governo federal ainda é vista com cautela pelo comando nacional do PSDB. Na manifestação realizada na av. Paulista, os dirigentes do Vem pra Rua e do Movimento Brasil Livre criticaram os partidos de oposição, a quem chamaram de "frouxos", e cobraram maior empenho deles na abertura de um processo de impeachment no Congresso Nacional. "O Aécio Neves vai, nos próximos dias, convidar a direção desses movimentos para um diálogo nacional", disse Marcus Pestana. "Como você vai tomar café na casa de uma pessoa que não te convidou? O passo que temos de dar é um diálogo com os movimentos para clarear. Eles nos querem lá?", questionou. Segundo o presidente do PSDB em Minas Gerais, Aécio chegou a pensar em participar do protesto de domingo, mas teve receio de que sua presença criasse um clima de "terceiro turno" da eleição presidencial. "Nós precisamos nos entender [com os movimentos de rua]. Qual a visão deles sobre o Brasil?", questionou. "Imagine se o Aécio Neves participa de um movimento difuso e alguém tira uma foto com ele com uma camiseta favorável à volta dos militares? Pronto, aí o PT faz uma festa", observou. Aécio Neves chegou a divulgar, na sexta-feira (10), um vídeo em que convocava a população para os protestos de domingo. O dirigente defendeu que o PSDB tem feito uma oposição "firme" e "segura" no Congresso. Na avaliação dele, o processo de impeachment deve ser um ponto de chegada, não um ponto de partida, como defendem alguns movimentos de rua.  "Não é um processo trivial. Você não afasta um presidente como troca de camisa", ressaltou. Segundo ele, a abertura de um processo de afastamento da presidente tem apoio social, como mostrou pesquisa Datafolha, mas ainda faltam substância jurídica e apoio no Congresso. De acordo com o instituto de pesquisa, 63% dos brasileiros são favoráveis à discussão do impeachment no Poder Legislativo.  "O PSDB não patrocinará nenhuma aventura autoritária, nenhum retorno ao passado. Nós temos um compromisso radical com a democracia e, portanto, com as instituições democráticas", ressaltou.

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