terça-feira, 14 de abril de 2015

Museu em Curitiba começa a expor obras apreendidas na Lava-Jato


A partir desta terça-feira os visitantes do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, podem ver 48 obras de arte apreendidas na Operação Lava-Jato. Os quadros que fazem parte da mostra "Obras sob guarda do MON" foram apreendidas nas casas da doleira Nelma Kodama e do empresário Zwi Skornicki. Entre as peças, a maioria de artistas brasileiros, estão uma tela de Di Cavalcanti, três quadros de Cícero Dias, sete fotografias de Miguel Rio Branco, dois painéis de Vik Muniz e uma tela de Heitor dos Prazeres. A autenticidade dessas obras expostas foi confirmada. Uma obra atribuída ao pintor francês Jean Renoir, encontrada na casa da doleira e que foi verificada como falsa, ficou de fora da exposição. Para a psicóloga Nanci Fonseca Gomes, saber que as obras fazem parte da operação torna a exposição amais interessante. "Tem um simbolismo. Não levaram só a moeda, o dinheiro. Levaram nossa cultura, nossa história", conta Nanci. O empresário Joaquim Lopes acredita que a mostra é importante para esclarecer como o esquema de corrupção funcionava. "Até ocorrer essas apreensões, eu desconhecia que usavam obra de arte para lavagem de dinheiro", explica Gomes.

Tela de Cícero Dias apreendida na casa da doleira Nelma Kodama
O Museu Oscar Niemeyer disse não ter a estimativa do preço das obras, já que o local apenas mantém a guarda do material até a decisão judicial. A Polícia Federal também não soube informar o valor dos quadros apreendidos. Além das obras que estão em exposição, o museu abriga outras telas apreendidas nas casas de Nelma Kodama, de Zwi Skornicki, do operador da Delta Engenharia, Adir Assad, e do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque. Ao todo, o acervo do museu conta com 203 peças apreendidas na operação. As 131 obras que foram encontradas na casa do petista Renato Duque, incluindo uma gravura que seria de Joan Miró, e as oito apreendidas na casa de Assad, não entraram na mostra, pois estão em período de quarentena, já que chegaram ao museu em março de 2015. A exposição vai até 12 de julho.

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